Estratégias e Desafios da Economia Circular na Indústria.
O evento da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) está gerando impacto considerável no setor industrial, com particular destaque para a reciclagem, de acordo com Marcelo Souza, CEO da Indústria Fox, que tem participado ativamente das discussões
A atmosfera da COP 28 tem se revelado propícia para a construção de relacionamentos significativos e a aquisição de conhecimento de ponta. Após uma série de painéis, o ponto culminante para Souza foi sua participação na sessão “Desafios e Oportunidades na promoção de uma circularidade e inovação na indústria”. Ele descreveu a experiência como uma harmonia perfeita para aqueles que há anos se dedicam ao manejo de resíduos no Brasil.
Dentre os diversos oradores, as palavras do Secretário de Meio Ambiente do Brasil, Sr. Adalberto Maluf, ressoaram de maneira singular para Souza. Maluf expressou a recenticidade do tema da Economia Circular no país, apesar dos 13 anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), destacando o custo anual de cerca de 50 bilhões de reais que os municípios ainda enfrentam para o descarte de resíduos.
Estratégias e Desafios da Economia Circular na Indústria
A urgência por mudanças foi enfatizada pelo Secretário, que evidenciou os extremos climáticos vivenciados recentemente no Brasil – secas históricas no sul e inundações no norte – ressaltando a necessidade de adaptação e transformação econômica rumo a uma abordagem circular sustentável. O Governo Federal, liderado pelo Ministério da Fazenda, está impulsionando um plano abrangente de transformação ecológica, dividido em seis eixos de trabalho, incluindo a economia circular. Com colaborações do PNUMA da ONU e da Fundação Ellen MacArthur, já há delineações para uma estratégia nacional de economia circular, programada para consulta pública em 2024.
A ênfase em avançar em temas já estabelecidos na PNRS, como não geração, reutilização e reuso, foi mencionada pelo Secretário, que também ressaltou a importância da logística reversa, apontando para os acordos setoriais como instrumento-chave para atingir metas claras e mensuráveis. Aspectos preocupantes, como o aumento significativo na importação de resíduos e a redução de impostos para a importação de resina plástica virgem, foram citados, evidenciando um impacto adverso na indústria de reciclagem nacional.
Estratégias e Desafios da Economia Circular na Indústria
Para enfrentar esses desafios, medidas como a harmonização das políticas públicas de logística reversa e a imposição de rigor contra o greenwashing foram enfatizadas pelo Secretário. Ele destacou também a responsabilização dos fabricantes, importadores e varejistas no custeio da logística reversa. Marcelo Souza ainda aproveitou para questionar sobre investimentos governamentais no setor, obtendo a resposta animadora sobre a expectativa de recursos consideráveis para fomentar a reciclagem até 2024, provenientes dos Green Bonds emitidos recentemente.
Em resumo, o relato de Souza na COP28 delineia uma urgência crescente para a adoção de práticas mais sustentáveis na indústria, destacando a necessidade de uma mudança sistemática para a economia circular. Esse encontro promete ser um marco na busca por soluções mais eficazes e sustentáveis no manejo de resíduos industriais.
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