Saúde no trabalho.
Saúde no trabalho: atividades recorrentes podem despertar Lesão por Esforço Repetitivo (LER)
De caráter ocupacional, a LER afeta o sistema musculoesquelético, causando danos em músculos, articulações, nervos, tendões e ossos
A Lesão por Esforço Repetitivo (LER) é uma síndrome que pode afetar pessoas que realizam atividades repetidamente e de maneira contínua. Médicos e especialistas a consideram uma síndrome ocupacional, pois ela surge, com frequência, em atividades relacionadas ao trabalho. Com a execução de tarefas por longos períodos, seja de maneira inadequada ou sem o devido repouso, partes do sistema musculoesquelético acabam tornando-se afetadas, gerando dores e outros sintomas.
O que é LER?
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a LER é uma síndrome ocupacional que agrupa uma série de doenças que afetam o sistema musculoesquelético do corpo humano. As mais comuns dentro desse grupo são a tendinite, bursite, lombalgias (dores na região lombar) e mialgias (dores musculares em todo o corpo).
Também conhecida como Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT), as partes mais impactadas pelo surgimento dessa condição são os músculos, articulações, nervos, tendões e ossos.
Quais são suas possíveis causas?
O Ministério da Saúde, ao descrever esse problema de saúde, relata que o surgimento está ligado à execução de um esforço físico superior ao que o corpo está preparado para realizar. Isso ocorre com mais frequência quando há atividades repetitivas, postura inadequada, esforços físicos intensos — como levantar pesos, principalmente da forma errada.
Os exemplos mais comuns de atividades que favorecem o início da doença são a digitação intensa, dirigir ou ficar sentado na mesma posição por um longo período e até mesmo fazer crochê. Por tratar-se de uma síndrome de caráter ocupacional, ela é frequentemente relacionada às atividades laborais. Trabalhadores que passam a maior parte de sua rotina em computadores ou que desempenham suas atividades em uma linha de produção costumam ser mais suscetíveis ao aparecimento da LER.
Entretanto, outros tipos de profissionais também podem desenvolvê-la, como músicos (a repetição ao tocar instrumentos), atletas (esforço físico intenso e repetição de técnicas), artistas (repetição de técnicas na pintura, escultura e outros), artesãos (como as crocheteiras) e motoristas de carro ou caminhão.
Sintomas
Os principais sintomas são dores nas regiões afetadas, que podem ser no corpo todo, mas principalmente nos membros superiores. Outros sintomas são dificuldade de movimentar os membros, formigamento, sensibilidade ao toque, fadiga muscular, inflamação e inchaço local.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da doença deve ser feito por médico ortopedista. O profissional deve realizar uma análise clínica do paciente e avaliar se exames complementares são necessários para detectar melhor o tipo e grau de trauma da região descrita.
Em casos mais brandos, costuma-se recomendar medicamentos anti-inflamatórios para as crises e dores, além de repouso. Já quando a doença encontra-se em um estágio mais avançado, pode ser necessário o uso de remédios corticoides, realização de fisioterapia ou até mesmo intervenção cirúrgica.
No cenário de uma síndrome severa, o médico avaliará se o paciente deve se ausentar do trabalho para a sua recuperação total. Em caso do afastamento ser necessário, o seguro DIT proporciona proteção financeira ao trabalhador segurado, com o pagamento de diárias durante o período do tratamento.
Cuidados e prevenção
Para evitar o surgimento da LER, é preciso tomar cuidado com as atividades repetitivas. Além disso, também é indicado realizar intervalos durante o período laboral, podendo incluir pausas de 5 minutos a cada 25 minutos de digitação, levantar-se da cadeira e andar pelo escritório ou casa a cada hora, deixar as plantas dos pés encostadas no chão, utilizar cadeiras confortáveis e que se adaptam ao tamanho do usuário, beber bastante água e manter a coluna ereta e apoiada no encosto da cadeira.
Saúde no trabalho.
Fonte: Gabriela Araujo
Fotos: Divulgação / Nature/iStock
Edição: Redação Na Mídia
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