Contabilidade gerencial pode orientar decisões financeiras.
Com crédito caro e juros altos, contabilidade gerencial vira aliada estratégica para empresas que querem respirar
Em um cenário de Selic elevada e restrição ao crédito, especialistas mostram como a contabilidade gerencial pode orientar decisões financeiras com base em dados reais, ajudando a proteger o caixa e manter a saúde do negócio
Com a taxa Selic estacionada em patamares elevados, o acesso ao crédito se tornou um desafio para empresas de todos os portes. Financiamentos mais caros, aumento dos custos operacionais e maior seletividade dos bancos tornam o ambiente de negócios ainda mais instável, especialmente para quem depende de capital de giro ou precisa investir para manter a competitividade.
Contabilidade gerencial pode orientar decisões financeiras
Nesse contexto, a contabilidade gerencial se consolida como uma das ferramentas mais poderosas para garantir decisões embasadas, reorganizar as finanças e preservar a saúde do negócio. Mais do que registrar fatos contábeis, ela oferece uma leitura clara e atualizada do desempenho da empresa, permitindo projeções mais realistas e estratégias de curto, médio e longo prazo. Esses pontos podem ser um norte para aqueles que estão interessados em abrir um CNPJ.
“O cenário atual exige que o empresário saiba exatamente onde está pisando. Sem dados confiáveis sobre fluxo de caixa, margens de lucro e endividamento, qualquer decisão financeira vira um tiro no escuro. É aí que entra a contabilidade gerencial: ela transforma números em estratégias”, explica a consultora especialista em assuntos regulatórios da Contabilizei, Juliana Ribas..
Em tempos de juros altos, cada real faz diferença. Saber se determinada dívida pode ser renegociada, se vale a pena adiar um investimento ou até mesmo mudar a forma de cobrança são decisões que dependem de uma análise detalhada da situação financeira da empresa. Os relatórios contábeis, se bem elaborados e atualizados, revelam gargalos que muitas vezes passam despercebidos na operação do dia a dia.
“Um dos erros mais comuns é tomar decisões com base no saldo da conta bancária. Mas caixa cheio nem sempre é sinônimo de negócio saudável. É preciso entender se aquele dinheiro é receita, antecipação de clientes ou se vai sair amanhã para pagar fornecedores. A contabilidade mostra isso com clareza — e isso muda completamente a forma de gerir o negócio.”
Entre as possibilidades trazidas por uma boa contabilidade gerencial, estão o replanejamento do orçamento, a identificação de despesas que podem ser otimizadas, o ajuste de preços baseado em custos reais e até mesmo o redirecionamento de recursos para áreas mais rentáveis. Também é possível analisar se é o momento certo para buscar crédito ou se é mais vantajoso reforçar o capital próprio.
“Em vez de se afogar em boletos e tentar sobreviver mês a mês, o empresário pode, com base em dados contábeis confiáveis, ter um plano estruturado, com metas de redução de custos, aumento de margem e proteção do caixa. Isso não só garante sobrevivência, mas abre espaço para crescer, mesmo num cenário adverso”, complementa a especialista.
Apesar do cenário desafiador, há espaço para empresas se fortalecerem — especialmente aquelas que compreendem o valor da informação contábil como uma ferramenta de gestão, e não apenas uma exigência fiscal.