Nayra França, advogada e especialista criminal, alerta para a instrumentalização de processos judiciais na retórica anti-imigração durante o período eleitoral.
Nayra França, advogada brasileira radicada em Portugal há seis anos, tem se destacado não apenas por sua atuação jurídica, mas também por sua voz ativa em questões sociais. Atualmente, ela representa a defesa de um réu envolvido no caso do homicídio de um jovem de 19 anos em Braga, ocorrido em abril deste ano. “O caso ainda está em fase de investigação e aguarda para ser analisado se o suspeito será indiciado no crime.”
Uso político do caso
O partido Chega, conhecido por suas posições rígidas em relação à imigração, propôs recentemente medidas que visam repatriar imigrantes com antecedentes criminais e impedir a entrada de estrangeiros com cadastro policial em Portugal. Essas propostas foram apresentadas como parte de uma estratégia para reforçar a segurança nacional e estão sendo debatidas no parlamento.
Fonte: The Portugal News
Nayra França expressa preocupação com a forma como o caso de seu cliente está sendo explorado politicamente:
“É alarmante ver como um processo ainda em fase de investigação está sendo utilizado para alimentar narrativas que associam imigração à criminalidade. Isso não apenas prejudica o direito à presunção de inocência do meu cliente, mas também estigmatiza toda uma comunidade que contribui significativamente para o país.”
Ela enfatiza que sua atuação no caso vai além da defesa individual:
“Como advogada e imigrante, sinto a responsabilidade de combater generalizações que colocam em risco a coesão social e a justiça. É fundamental que o debate político seja baseado em dados concretos e não em casos isolados.”
Dados recentes indicam que, em 2022, os imigrantes contribuíram com um saldo positivo de mais de 1.600 milhões de euros para a Segurança Social portuguesa, evidenciando seu papel vital na economia do país.
Fonte: DNOTICIAS.PT~
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O caso em Braga destaca a necessidade de um debate equilibrado sobre imigração e segurança. Especialistas como Nayra França alertam para os perigos de se utilizar casos judiciais em andamento como ferramentas políticas, ressaltando a importância de políticas públicas baseadas em evidências e respeito aos direitos fundamentais.