sexta-feira, janeiro 10, 2025
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Técnica que combina os cinco sentidos humanos

Técnica que combina os cinco sentidos humanos.

Professor Mestre, Arquiteto e Designer de Interiores, Alex de Oliveira dá dicas de ambientação dos espaços usando a neuroarquitetura

Quantas vezes você já esteve em um lugar, seja um estabelecimento comercial, um escritório, ou até mesmo na casa de alguém, e se sentiu depressivo e ansioso ou o contrário, feliz e entusiasmado? Tais sensações estão diretamente ligadas à ambientação destes espaços e engana-se quem pensa que esta relação diz respeito somente às cores que estão sendo usadas no local.

Arquiteto, cenógrafo e designer de interiores, Alex de Oliveira vem aplicando a neuroarquitetura para que a experiência do consumidor, em um ambiente comercial, laboral ou pessoal, seja cada vez mais prazerosa. A técnica, que consiste na aplicação da sinestesia nos ambientes, vai além dos parâmetros técnicos da legislação, ergonomia e conforto ambiental, associando índices como a emoção, a felicidade e bem-estar, considerados índices subjetivos, mas que fazem a diferença para o consumidor moderno, conforme explica o arquiteto. “Embora os estudos sobre a neuroarquitetura venham da década de 60, foi a partir da pandemia que esta necessidade de tornar o ambiente residencial e comercial mais feliz, passou a ser predominante. Ter uma casa ou escritório bonito, confortável e agradável passou a ser imprescindível, já que hoje a gente passa mais tempo nestes ambientes”, diz o profissional, professor mestre em Ciências do Meio Ambiente da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro.

Técnica que combina os cinco sentidos humanos

Uma das primeiras pessoas a observar que os espaços influenciavam nas emoções foi o médico americano criador da vacina da poliomielite Jonas Salk, quem criou, em 1962 uma escola chamada Instituto Salk para pesquisa nas áreas de biologia molecular, genética, neurociência e biologia de plantas na cidade de La Jolla na Califórnia. Para o instituto, ele pediu ao arquiteto Louis Kahn, que o projeto fosse um misto de arte com ciência, onde a funcionalidade e a estética caminhassem lado a lado, inspirando os cientistas a fazerem pesquisa como os artistas fazem arte. Considerado o marco da neuroarquitetura, o edifício do Instituto é um dos prédios mais incríveis e emblemáticos construídos no século XX.

Através das décadas, o estudo foi sendo aprofundado até a criação da Academia Brasileira de Neurociências e Arquitetura, cujo objetivo é capacitar profissionais, desenvolver estudos e integrar múltiplas áreas, criando ambientes híbridos que privilegiam os cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e tato) permitindo a captação de imagens, sons, sabores, odores e toques, garantindo uma percepção de todo o ambiente, o que nos possibilita meios para sobreviver ao ambiente.

As cores também são um ponto importante que não pode ser considerado de forma isolada. Segundo Alex, juntamente com a biofilia e a iluminação, elas formam o pilar decisivo para o sucesso do espaço. “A neuroarquitetura também engloba alguns outros quesitos importantes, no entanto, a escolha das cores nos projetos, influencia diretamente nas sensações e no humor dos moradores ou frequentadores de determinados ambientes. Por exemplo, algumas cores quentes, como laranja e vermelho, promovem agitação e movimento; enquanto as cores frias, como azul e verde, naturalmente, trazem mais calma e serenidade”, comenta.

Indo muito além da beleza, a biofilia estimula a criatividade, favorece a motivação e reduz o estresse. Por isso, as escolhas feitas para um projeto de arquitetura e paisagismo precisam ser bem pensadas. Uma dica do profissional é o uso de materiais naturais, potencialização da iluminação e a ventilação cruzada. As plantas dão mais vida e energia ao ambiente. “O que temos hoje em termos de espaço, são ambientes cada vez mais compactos, por isso, precisamos fazer o que chamamos de Análise de Ambiente Construído, que é dar solução a estes espaços utilizando técnicas para facilitar a vida útil desse ambiente sujeito à ocupação, leitura, reinterpretação e/ou modificação pelos usuários que interagem com o ambiente social, cultural e psicológico.

Os espaços arquitetônicos

Os espaços arquitetônicos funcionam como espécies de âncoras para a memória; o cérebro faz uso de superfícies e sistemas espaciais para armazenar e organizar o mundo em que vivemos. A compreensão desse princípio forma a base para a transferência dos resultados de pesquisas neurocientíficas recentes para a prática arquitetônica. Nesse contexto, a neuroarquitetura conecta a neurociência, a teoria da percepção e a psicologia da Gestalt, à arquitetura, em uma abordagem holística que se concentra nas leis da formação de estruturas e no movimento do indivíduo dentro do espaço arquitetônico. Para ter um ambiente integrado usando a técnica, Alex dá cinco dicas usando os sentidos:

Ambientes sensoriais: Estimular os sentidos das pessoas é muito importante para a neuroarquitetura. Isso pode ser feito através do uso de cores e texturas diferenciadas.

Ambientes informais: A humanização dos espaços de trabalho é essencial para conexão das pessoas com o espaço. Isso pode ser feito através do uso de mobiliário confortável, uso de plantas e espaços de descontração.

 

 

Andrezza Barros
Andrezza Barroshttps://www.namidia.com.br
Jornalista, entrevistadora e assessora de imprensa brasileira. É CEO do site andrezzabarros.com, onde realiza entrevistas com os mais diversos públicos, desde empresários, cantores, atores, médicos, políticos, entre outros indivíduos que queiram contar um pouco da sua história ao público. Além desses, Andrezza também comanda o site deadlinews.com.br e é sócia do site materialivre.com.
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