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São Paulo ganha biblioteca para população em situação de rua

São Paulo ganha biblioteca para população em situação de rua

Com um acervo de oito mil livros oriundos de doação, a Biblioteca Wilma Lancellotti terá como madrinha a acadêmica Lilia Schwarcz

No próximo dia 1º de agosto, às 9h, o padre Júlio Lancelotti vai inaugurar uma biblioteca comunitária dedicada à população em situação de rua. De certo, o espaço funcionará no Centro Santa Dulce dos Pobres, localizado na Rua Sapucaia, 36, no bairro da Mooca, zona leste da capital. A iniciativa é liderada pelo padre Júlio Lancellotti, 76 anos, conhecido por seu incansável trabalho junto às pessoas em situação de vulnerabilidade.

A biblioteca vai receber o nome de Wilma Lancellotti, em homenagem à mãe do sacerdote, falecida em 2010. Enfim, o espaço vai contar com um acervo de oito mil livros doados, sendo, portanto,  quatro mil em reserva técnica, todos foram catalogados por seis bibliotecárias voluntárias. De certo, o espaço também vai contar com o moderno sistema Sophia Biblioteca, utilizado pela Biblioteca Nacional para organização e gestão de acervos.

De acordo com o padre Júlio Lancellotti, a biblioteca será aberta não apenas à população em situação de rua, mas também a todas as pessoas que desejarem usufruir do espaço. Além do acervo de livros, o local oferecerá acesso a computadores, serviços para emissão de documentos e vai apoiar na busca por emprego.

Madrinha Lilia Schwarcz

A acadêmica Lilia Schwarcz, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), será a madrinha da Biblioteca Wilma Lancellotti. Professora sênior do Departamento de Antropologia da USP e também professora visitante em Princeton, Lilia é referência nacional e internacional, inclusive com mais de 30 livros publicados e traduzidos.

Inaugurar

Enfim, a cerimônia de inauguração contará com a presença do Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo,  além de representantes da comunidade, bibliotecárias voluntárias e também autoridades do setor cultural.

 História de transformação
A bibliotecária Ursulina encontra a escritora Luciene Muller, que viveu em situação de rua. Foto: Osmar Müller
A bibliotecária Ursulina encontra a escritora Luciene Muller, que viveu em situação de rua. Foto: Osmar Müller

De certo, muitas histórias comoventes vem demonstrar o poder transformador das bibliotecas públicas. Um exemplo marcante ganhou destaque em 2023: a bibliotecária aposentada Ursulina Teodora (in memoriam), que trabalhou por anos na Biblioteca Municipal Álvares de Azevedo, localizada na Vila Maria, em São Paulo, acolheu com empatia e dedicação uma menina em situação de rua. A criança, que viveu nas ruas dos 4 aos 11 anos por causa da negligência familiar e do abandono por parte do Estado, encontrou na biblioteca um espaço de afeto, acolhimento e oportunidade de recomeço.

Com dedicação e afeto, Ursulina ensinou Luciene Muller a ler e a descobrir o amor pelos livros. Anos depois, aquela menina iria se tornar escritora e lançar a obra Colo Invisível, na qual iria narrar sua trajetória de vida e destacar o papel essencial da biblioteca e da bibliotecária em sua formação. Pelo impacto de seu trabalho, Ursulina recebeu, em 2023, o XIV Prêmio Biblioteconomia Paulista Laura Russo, o mais importante reconhecimento do setor.

“De certo, essa iniciativa do padre Júlio é uma ação fundamental, Literatura é um direito de todos. Bibliotecas com bibliotecários vocacionados são equipamentos que salvam muitas vidas e as transformam para melhor”, declarou a escritora Luciene Muller.

Acreditar no futuro

Com isso, a Biblioteca Wilma Lancellotti vai surgir não apenas como um espaço de leitura, mas como uma ferramenta concreta de cidadania, reintegração social e dignidade para quem historicamente tem seus direitos negados. Ao reunir literatura, acesso à informação, inclusão digital e suporte para inserção no mercado de trabalho, a iniciativa fortalece o papel das bibliotecas comunitárias como agentes de transformação social. Além disso, a presença ativa de bibliotecárias voluntárias vai assegurar qualidade técnica ao atendimento, e reforçar a importância do profissional da informação em projetos de impacto social.

Afinal, mais do que oferecer livros, a Biblioteca Wilma Lancellotti quer oferecer caminhos. Caminhos para quem precisa reescrever a própria história,  agora, com dignidade, pertencimento e esperança.

Assim, com ações concretas como a criação da Biblioteca Wilma Lancellotti, é possível, portanto, acreditar em um mundo mais justo, inclusivo e solidário. É fundamental a    sociedade se mobilizar, lutar,  valorizar a cultura. Nesse sentido, iniciativas como essa devem demonstrar que a transformação social começa com gestos de empatia, compromisso e ação efetiva.

Enfim, o sacerdote irá inaugurar o prédio nesta sexta-feira, dia 1º de agosto de 2025.

Serviço:

Biblioteca comunitária Wilma Lancellotti para pessoas em situação de rua  – inaugurar

Data: 1º de agosto de 2025

Horário: 9h

Centro Santa Dulce dos Pobres

Rua Sapucaia, 36, bairro da Mooca, São Paulo

Fonte: Mídia Brazil Comunicação
Fotos: Divulgação e Osmar Müller
Além disso, venha ler também: Bienal do Livro de Taboão da Serra

 

Cristina Aguilera
Cristina Aguilerahttps://www.namidia.com.br
Cristina Aguilera é jornalista com sólida formação e experiência na área de comunicação. Possui pós-graduação em Mídias na Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e já atuou como repórter em diversos meios, incluindo TV, rádio, portais e revistas. Além de assinar colunas especializadas em Turismo e Moda, é coautora do livro "A educação contada pela imprensa", organizado em parceria com Cesar Callegari. Apaixonada por moda, turismo, gastronomia, educação, literatura, design e cultura.
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