terça-feira, junho 17, 2025
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Pesquisa relaciona dietas restritivas a depressão

Pesquisa relaciona dietas restritivas a depressão

Efeitos negativos foram ainda maiores em homens e pessoas com sobrepeso. Rodolfo Damiano, pós-doutorando em Psiquiatria pela USP, explica os resultados

Sentir fome é o primeiro passo para o mau humor. Mas um novo estudo, publicado recentemente na prestigiada revista inglesa BMJ Nutrition Prevention & Health, vai além e revela uma conexão científica entre dieta hipocalórica e depressão. Os efeitos na saúde mental foram ainda mais pronunciados entre homens e pessoas com sobrepeso participantes do estudo.

Pesquisadores da Universidade de Toronto analisaram dados coletados de 28 mil adultos cujos hábitos alimentares foram acompanhados por cerca de uma década. Os participantes foram convidados a responder a questionários detalhando suas escolhas alimentares diárias típicas, quaisquer dietas que estivessem seguindo na época e a manter um registro de quaisquer sintomas depressivos.

“Este estudo desafia a percepção generalizada de que essas dietas são universalmente benéficas. Os achados revelam que dietas restritivas podem, na verdade, piorar sintomas depressivos, especialmente em homens e pessoas com sobrepeso, corroborando estudos anteriores sobre diferenças baseadas em sexo biológico, mas expandindo o conhecimento ao mostrar vulnerabilidades específicas a sintomas somáticos”, destaca o médico psiquiatra Rodolfo Damiano, professor do programa de pós-graduação do Instituto de Psiquiatria da USP.

Pesquisa relaciona dietas restritivas a depressão
Freepik

Cientistas apontaram deficiências de ácidos graxos ômega-3 e vitamina B12 nas dietas como as mais impactantes no humor. Crédito da foto: Freepik.

O estudo vai na contramão de outros anteriores que apontavam que dietas de baixa caloria podem melhorar os sintomas de depressão. As dietas menos calóricas apresentaram pontuações mais altas em sintomas depressivos, incluindo fadiga, dificuldade em realizar tarefas normais e diminuição do interesse ou prazer em fazer coisas que normalmente gostariam de fazer.

Pesquisa relaciona dietas restritivas a depressão

Pesquisadores canadenses dizem que isso ocorre, sobretudo, devido a deficiências nutricionais de vitaminas e nutrientes essenciais, como proteínas, o que leva à piora da função cerebral e ao mau humor. A depressão crônica é hoje uma crise no mundo todo, crescendo 50% entre 1990 e 2017.  “A originalidade desta pesquisa está em examinar múltiplos padrões dietéticos simultaneamente em condições da vida real, onde barreiras como suporte insuficiente podem levar a deficiências nutricionais e a estresse psicológico, contrastando com estudos controlados que frequentemente mostram benefícios”, explica Damiano, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Pesquisa relaciona dietas restritivas a depressão

“Os achados revelam que dietas restritivas podem, na verdade, piorar sintomas depressivos, especialmente em homens e pessoas com sobrepeso, corroborando estudos anteriores sobre diferenças baseadas em sexo biológico”, destaca o médico psiquiatra Rodolfo Damiano, professor e pesquisador da USP e chefe do ambulatório de Depressão Resistente ao Tratamento, Autolesão e Suicidalidade.

Cientistas apontaram deficiências de ácidos graxos ômega-3 e vitamina B12 como as mais impactantes no humor. “A pesquisa endossa a necessidade urgente de personalizar recomendações dietéticas, sugerindo que abordagens ‘tamanho único’ para orientação nutricional podem inadvertidamente prejudicar a saúde mental de grupos vulneráveis”, destaca o médico Rodolfo Damiano, chefe do ambulatório de Depressão Resistente ao Tratamento, Autolesão e Suicidalidade. Alimentos ultraprocessados, carboidratos refinados, gorduras saturadas e carnes processadas continuam sendo vilões da saúde, inclusive a saúde mental.  Mas o valor nutricional dos alimentos é mais importante do que só contar calorias. Pular a sobremesa nem sempre é a saída para a felicidade.

Clique aqui para ver o estudo:

https://nutrition.bmj.com/content/early/2025/05/28/bmjnph-2025-001167

Sobre o médico psiquiatra Rodolfo Damiano (CRM-SP 190.747 | RQE 95.585):

O cuidado pelo outro com excelência. Essa é a missão do médico paulista Rodolfo Damiano, psiquiatra, palestrante, escritor, professor e pesquisador. Com 32 anos e 6 livros publicados, aliando ciência e humanidade, teoria e prática, diálogo franco e tecnologia, Rodolfo já é referência, no Brasil e no exterior, em pesquisas nas áreas de ansiedade, depressão, TDAH, Covid-19 e prevenção ao suicídio. Médico psiquiatra e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorando em Psiquiatria pela USP, em parceria com Yale University e Ohio State University (EUA). É professor do programa de pós-graduação do Instituto de Psiquiatria da USP, onde também coordena o ambulatório de Depressão Resistente ao Tratamento, Autolesão e Suicidalidade. Editor associado do Brazilian Journal of Psychiatry. CEO da Soul Clinic, no Rio de Janeiro, centro de medicina integrativa, e cofundador da Imensamente, plataforma de cursos em psiquiatria e saúde mental. Autor de Você Pode Amar e Ser Feliz (DISRUPTalks, 2024) e Cansei de Viver, e Agora? (Manole, 2024), e editor de Compreendendo o Suicídio (Editora Manole, 2021), Spirituality, Religiousness and Health (Springer, 2020), dentre outros. Voluntário da ONG Fraternidade sem Fronteiras, tendo participado de missões em Manaus (AM) e Madagascar e Malaui, na África. O amor transformando vidas, histórias e trajetórias. E a felicidade, tema central de seus estudos, a vitamina do corpo e da alma.

 www.rodolfodamiano.com

Instagram: @dr.rodolfodamiano

 

Uiara Zagolin
Uiara Zagolin
Jornalista e Editora do portal NA MIDIA; Correspondente Internacional; Diretora de Relações Internacionais da FEBRACOS Federação Brasileira de Colunistas Sociais; Vice-Presidente da APACOS Associação Paulista de Colunistas Sociais; Delegada Regional para São Paulo da ANI Associação Internacional de Imprensa; membro da Worldwide Association of Female Professionals; Imortal na Academia de Artes de São Paulo e Academia Mundial de Letras. Com formação no Canadá, EUA e UK
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