quinta-feira, setembro 4, 2025
Compasso Manutenção - A solução certa para sua indústria
InícioDestaqueO Céu da Língua

O Céu da Língua

O Céu da Língua.

Assistido por mais de 70 mil pessoas, O Céu da Língua, com texto e interpretação de Gregório Duvivier, faz duas apresentações no Theatro Municipal de São Paulo

Dirigido por Luciana Paes, espetáculo é uma comédia sobre a presença quase invisível da poesia no nosso cotidiano

“Uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra. É comédia da boa, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco”, – crítica Suzana Verde, no jornal O Observador.

Quem tem medo de poesia? Gregorio Duvivier não faz parte deste grupo e usa seu discurso sedutor para mostrar que esse assunto pode ser prazeroso e divertido no solo O Céu da Língua. O espetáculo, que já foi assistido por mais de 70 mil pessoas, volta para São Paulo para duas apresentações no Theatro Municipal no dia 2 de agosto de 2025.

Essa comédia poética estreou em Lisboa no contexto das comemorações ao aniversário de 500 anos de Luis de Camões e roubou a cena por lá. Gregorio Duvivier, que não estreava uma peça nova há cinco anos, fez essa peça para homenagear sua língua-mãe. Depois de Portugal, o espetáculo fez turnê pelo Rio de Janeiro, São Paulo – capital e interior, Curitiba e Porto Alegre.

O Céu da Língua

E, ao fazer isso, encontrou uma legião de pessoas que compartilham dessa paixão. “A poesia é uma fonte de humor involuntário, motivo de chacota”, reconhece o ator, que cursou a faculdade de Letras na PUC do Rio de Janeiro e publicou três livros sobre o gênero literário. “Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, pra isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”.

O Céu da LínguaA direção é da atriz Luciana Paes, que já foi parceira de Duvivier no espetáculo de improvisação Portátil e nos vídeos do canal Porta dos Fundos. Se no seu solo anterior, Sísifo (2019), escrito junto com Vinicius Calderoni, Gregorio subia uma grande rampa dezenas de vezes, agora, o que se tem é uma encenação desprovida de qualquer cenário.

No palco, totalmente limpo, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. O resto é só o comediante e sua devoção pelas palavras. “Acredito que ele tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo”, diz Luciana, uma das fundadoras da celebrada Cia. Hiato, que estreia na função de diretora teatral.

O Céu da Língua não é um recital, mas não deixa de ser poética. “O stand-up comedy aqui é uma pegadinha pra falar de literatura”, como descreve a diretora. “A peça fica na esquina do poema com a piada”, conta o ator.

O Gregorio comediante

“O Gregorio comediante está no palco ao lado do Gregorio intelectual com seu fluxo de pensamento ininterrupto e, por isso, a plateia embarca na proposta”, explica a diretora, que compartilha com o ator a paixão pelo nome das coisas. “Graças aos seus recursos de ator, ele pega o público distraído. Ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado.”

O humorista, desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa. Assim, o protagonista brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados.

As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo de afta, íngua, seborreia, ou outras, inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “disruptivo” ou “briefings”? Até destas, extrai humor.

A língua

Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. É só pensar nas metáforas usadas no cotidiano – “batata da perna”, “céu da boca”, “pisando em ovos”. Nesta hora, usamos a poesia e nem percebemos. Para provar que a poesia é popular, Gregório chama atenção para os grandes letristas da música brasileira, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso, citados através das canções “Chão de Estrelas” (1937) e “Livros” (1997).

“A massa ainda há de comer o biscoito fino que fabrico”, disse Oswald de Andrade. Infelizmente a literatura no Brasil nunca encheu estádios. Mas a palavra cantada, essa sim, ganhou multidões. “Foi a nossa música popular quem conseguiu realizar o sonho oswaldiano de levar poesia para as massas”, festeja o ator.

Nesta cumplicidade com a plateia, Duvivier mostra gradativamente que a poesia não tem nada de hermética e que a nossa língua não deve nada a nenhuma outra. Muito pelo contrário. Temos um manancial de poesia desperdiçada em cada conversa jogada fora.

“Minha pátria é a língua portuguesa”, diz Fernando Pessoa. Caetano continua: “e eu não tenho pátria, eu tenho mátria e quero frátria”. Gregorio constrói o espetáculo em torno dessa fraternidade, e nos lembra que, apesar de todas as nossas diferenças, temos uma língua em comum que nos irmana. E também pode nos fazer gargalhar.

Ficha Técnica

Interpretação e Texto: Gregorio Duvivier

Direção e Dramaturgia: Luciana Paes

Assistência de Direção e projeções: Theodora Duvivier

Direção Musical e Execução da Trilha: Pedro Aune

Cenografia: Dina Salem Levy

Assistente de Cenografia: Alice Cruz

Figurino: Elisa Faulhaber e Brunella Provvidente

Iluminação: Ana Luzia de Simoni

Técnico de Iluminação: Lelê Siqueira

Técnico de Som e Microfonista: Dugg Mont

Diretor de Palco: Reynaldo Thomaz

Visagismo: Vanessa Andrea

Fotos de Divulgação: Demian Jacob

Fotos de Cena: Joana Calejo Pires, Priscila Prade e Raquel Pellicano

Design Gráfico Publicação Livreto: Estúdio M-CAU – Maria Cau Levy e Ana David

Identidade Visual Divulgação: Laercio Lopo

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Marketing Digital: Renato Passos

Administração: Fernando Padilha e Lucas Lentini

Assistente de Produção: João Byington de Faria e Dani Mattos

Produção Executiva: Lucas Lentini

Direção de Produção: Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha

Produção: Pad Rok

Serviço

O Céu da Língua, de Gregorio Duvivier

Temporada: 2 de agosto de 2025

17h e 20h

Theatro Municipal de São Paulo – Praça Ramos de Azevedo, s/nº – República, centro de São Paulo

INGRESSOS ESGOTADOS

VALORES

Setor 1: R$ 180,00

Setor 1 parcial: R$ 150,00

Setor 2: R$ 130,00

Setor 2 parcial: R$ 100,00

Setor 3: R$ 80,00

Setor 3 parcial: R$ 60,00

Visão prejudicada: R$ 30,00

Duração: 80 minutos

Classificação: 12 anos
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

 

Chris Bueno
Chris Buenohttps://namidia.com.br/
Relações Públicas da APACOS Associação dos Colunistas do Estado de São Paulo e Assistente da FEBRACOS.
RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Most Popular

Recent Comments

Raquel Maffeis on Stella Valenttina Mello Zorzo
Wagner Casabranca on O desafio invisível dos atletas
Erica Rodrigues Machado on O lugar perfeito para cuidar da sua beleza
Comendador Leamir Antunes da Rocha on FEBACLA – A federação que enaltece a cultura
Jamile Yasmin da Silveira Braga on Quer ser capa de revista, então, vem com a gente!
Iracema di Castro Kelemen on PARNAMIRIM Base Norte-Americana nos Trópicos
Iracema di Castro Kelemen on PARNAMIRIM Base Norte-Americana nos Trópicos
MARUSA CRISTINA DE SOUZA GARCIA on GASTRONOMIA ARTESANAL NA VILA MADALENA