II Encontro Nacional Fissuras do Brasil.
II Encontro Nacional Fissuras do Brasil reúne arte e ciência em São Paulo
Evento traz os maiores especialistas e pesquisas em fissura labiopalatina do país e terá ainda apresentação e livros dos pacientes
Contra o preconceito, informação e acolhimento. Esse é o espírito do II Encontro Nacional Fissuras do Brasil, que vai reunir neste sábado (05/julho) profissionais de saúde, pesquisadores, pacientes e familiares, no Colégio Sagrado Coração de Jesus, na Pompéia, zona oeste da capital paulista. O evento é dedicado à conscientização sobre a fissura labiopalatina, problema facial congênito mais comum no Brasil, mas que só recentemente teve assegurada lei federal que garante o tratamento multidisciplinar gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Um luta de mais de 10 anos de pacientes, familiares e comunidade médica pela sanção da lei 15.133/2025. A fissura labiopalatina, também conhecida como fenda palatina, é uma malformação congênita que afeta uma criança a cada 650 nascimentos. Somente no Brasil, em torno de cinco mil crianças nascem com ela por ano. Trata-se de uma abertura no lábio ou no palato (céu da boca), nariz, musculatura, mucosa e muitas vezes, no osso. É a deformidade congênita facial mais comum e a segunda que mais acomete o ser humano no mundo. O tratamento é longo, complexo e envolve diferentes especialidades da área da saúde, de dentista e fonoaudiólogo a otorrinolaringologista. Aliado aos diversos procedimentos cirúrgicos, o tratamento é de longo prazo e pode durar mais de 20 anos.
“Entrelaços – As Fissuras que nos Unem”
O evento “Entrelaços – As Fissuras que nos Unem” ocorre a tarde toda e será dividido em diferentes momentos, de palestras a confraternização. O objetivo é mostrar todo o potencial que os pacientes fissurados têm, em diferentes áreas de atuação. Além de palestras e debates com médicos e especialistas que trabalham na reabilitação desses pacientes, haverá mesas-redondas com pesquisadores e estudantes, bate-papo com equipe multidisciplinar especialista em fissura labiopalatina, relatos emocionantes de casos inesquecíveis para os profissionais. Haverá espaço para fotos e conversa sobre autoestima. Tarde de autógrafos com autores de livros relacionados à fissura.

Entre os temas, a comemoração pela lei que, finalmente, assegura a gratuidade do tratamento completo aos pacientes. Sancionado em 6 de maio como Lei Federal pelo número 15.133/2025, o Projeto de Lei 3.526/2019 (n° anterior 1.172/2015) prevê que o SUS, por meio de sua rede de unidades públicas ou conveniadas, preste serviço gratuito das cirurgias reparadoras necessárias para a reabilitação da fissura labiopalatina, bem como ofereça o tratamento pós-cirúrgico, incluindo fonoaudiologia, psicologia, ortodontia e demais especialidades relacionadas à recuperação integral do paciente.
No encontro, a Rede Profis Brasil vai divulgar também o trabalho das associações no atendimento aos pacientes fissurados pelo país. No final da tarde, será entregue o Prêmio Fissuras do Brasil dos destaques do ano escolhidos por votação popular. E o encerramento com show de talentos fissurados e confraternização. Encontro que dá protagonismo às pessoas nascidas com essa má formação e que combate a desinformação e o preconceito. Tarde de acolhimento e de uma experiência artística colaborativa.
Serviço:
O quê: II Encontro Nacional Fissuras do Brasil
Entrelaços: As Fissuras que nos Unem
Quando: 05/julho (sábado), das 13 às 21h
Quanto: R$ 80 (adultos)e R$ 40 (crianças)
Onde: Colégio Sagrado Coração de Jesus (Rua Caraíbas, 882, Pompéia – São Paulo – SP)
Patrocínios: Operação Sorriso, Rede Profis Brasil e FGM Dental Group.
Apoios: Ana Hickmann Beauty, Arte e Magia Catering, Gráfica Natal e Colégio Sagrado Coração de Jesus.
Inscrição e informações: @fissurasdobrasil
Sobre a fissura labiopalatina:
É muito mais do que uma alteração estética. Quem nasce com fissura labiopalatina necessita, além de muitas cirurgias, de tratamento multidisciplinar: dentista, ortodontista, bucomaxilo, otorrino, fonoaudiólogo e psicólogo, dentre outras especialidades. Durante muito tempo, a má formação, que pode comprometer a fala, a alimentação, a respiração, a audição e consequentemente a socialização, foi vista como um problema estético, o que dificultava o acesso às cirurgias.
Embora hoje grande parte das crianças consiga operar via SUS, é necessário deixar claro que a reabilitação do fissurado não se restringe ao fechamento da fenda. A fissura provoca problemas emocionais, de sociabilidade e de autoestima. Há muitos registros de abandono familiar, evasão escolar, bullying, depressão e até suicídio, além de problemas de autoaceitação e dificuldade de ingresso e permanência no mercado de trabalho. O paciente reabilitado consegue ter uma vida totalmente normal, desde que tenha acesso ao tratamento completo na hora certa e por equipe especializada.