sábado, outubro 18, 2025
Compasso Manutenção - A solução certa para sua indústria
InícioEstilo de vidaEducaçãoFérias ON, telas OFF

Férias ON, telas OFF

Férias ON, telas OFF.

Com o aumento do tempo livre, especialistas alertam para os riscos do uso excessivo de telas e apontam práticas lúdicas e pedagógicas para manter as crianças longe dos dispositivos tecnológicos durante as férias.

Com o início das férias, as crianças ganham mais tempo livre — consequentemente, passam ainda mais horas em frente às telas. Embora o descanso seja merecido e o conteúdo digital possa funcionar como entretenimento, segundo a Academia Americana de Pediatria, o uso excessivo de telas por crianças de até 10 anos configura um problema de saúde pública emergente.

Estudos apontam que, em muitas casas brasileiras, o tempo médio diário de exposição salta de menos de uma hora para quase três horas, reflexo da maior oferta de conteúdos digitais e da mudança de rotina nas férias.

Principais consequências clínicas do excesso de telas

1. Visão e conforto ocular
Miopia — cujo risco aumenta em até 21% a cada hora extra diária de tela — e a Síndrome Visual do Computador (ou “fadiga ocular digital”) têm se tornado frequentes. Crianças relatam olhos secos, visão borrada e cefaleia após longos períodos em frente a tablets e celulares.

2. Sono e ritmo biológico
A luz azul emitida por dispositivos inibe a produção de melatonina, prejudicando a qualidade do sono. Pesquisas indicam recorde de queixas de despertares noturnos e dificuldade de manter o ciclo biológico regular em pequenos que são expostos a telas antes de dormir.

3. Postura e sedentarismo
O chamado “pescoço de texto” — postura inclinada com a cabeça projetada para frente — já provoca dores cervicais em idades cada vez mais precoces. Paralelamente, o tempo sedentário diante de telas substitui brincadeiras ativas, elevando riscos de sobrepeso e de problemas cardiovasculares futuros.

Férias ON, telas OFF

4. Desenvolvimento cognitivo e emocional
Dados da JAMA Pediatrics mostram que cada minuto adicional de tela em crianças de 1 a 3 anos reduz, em média, 6,6 palavras proferidas pelos pais e 4,9 vocalizações dos pequenos, comprometendo o surgimento da linguagem. Além disso, pesquisas associam uso intenso de telas à maior probabilidade de sintomas de ansiedade e depressão, também estabelecem relação com transtorno de déficit de atenção.

Contribuição pedagógica do Gabarito

Erika Machado Fonseca, pós‑graduada em Psicopedagogia e Analista Pedagógica do Gabarito Educação, reforça que o aumento do tempo de tela nas férias é natural, mas reversível com planejamento familiar. Para ela, “oferecer propostas mais interessantes, com disciplina e envolvimento de toda a família, transforma as férias em coleções de memórias incríveis”.

Na Educação Infantil, Erika adverte para sinais de alerta: irritação extrema ao fim do uso da tela, perda de interesse em brincadeiras anteriormente atrativas e impacto no sono e nas refeições. Segundo ela, esses sinais devem mobilizar os pais a buscar alternativas lúdicas que estimulem o brincar livre e a socialização.

“As telas oferecem tudo pronto e limitam a criatividade. Brincar com caixas de papelão, massinha ou jogos de montar exige imaginação e resolução de problemas, fundamentais para o desenvolvimento infantil”, destaca Erika.

Erika explica que, mesmo fora do período letivo, a escola apoia as famílias por meio de informativos curtos e objetivos enviados por e-mail ou WhatsApp, com dicas práticas. Além disso, já foram realizadas palestras sobre segurança digital e equilíbrio da rotina.

A analista traz, também, dicas práticas para férias “sem telas”:
1. Atividades ao ar livre: passeios em parques, trilhas, piqueniques e visitas a cachoeiras, para gastar energia.
2. Brincadeiras não estruturadas: caixas de papelão viram cenários para teatro e circuitos de obstáculos.
3. Projetos culinários: receitas simples para cozinhar juntos, trabalhando matemática e coordenação.
4. Leitura compartilhada: hora do conto, com vozes encenadas, para estimular a linguagem e o vínculo afetivo.
5. Transição lúdica: contagem regressiva de 10 a 1 para desligar a tela, seguida de convite a outra atividade, evitando o caráter punitivo.

Diretrizes de organismos internacionais

• A OMS recomenda evitar exposição a telas antes dos dois anos de idade; limitar uso por até uma hora diária por crianças de dois a cinco anos; duas horas diárias para aquelas entre cinco e dez anos; e no máximo três  horas por adolescentes.

• A Sociedade Brasileira de Pediatria aconselha manter dispositivos fora do quarto para preservar a higiene do sono e limitar a uma ou duas horas diárias para crianças na faixa etária de seis a dez anos.

• O psicólogo social Jonathan Haidt propõe restrição total de redes sociais (Instagram, TikTok) até os 16 anos, citando riscos à saúde mental nas fases iniciais do desenvolvimento.

Com essas estratégias, as férias de julho podem ser uma oportunidade para resgatar o prazer do brincar livre, fortalecer vínculos familiares e proteger a saúde física e mental das crianças.

Férias ON, telas OFF.

 

 

 

Redação
Redação
Equipe responsável por trazer sempre as melhores noticias e acontecimentos do nosso dia a dia! Fique sempre ligado na nossa Redação! Boa leitura!
RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Most Popular

Recent Comments

Raquel Maffeis on Stella Valenttina Mello Zorzo
Wagner Casabranca on O desafio invisível dos atletas
Erica Rodrigues Machado on O lugar perfeito para cuidar da sua beleza
Comendador Leamir Antunes da Rocha on FEBACLA – A federação que enaltece a cultura
Jamile Yasmin da Silveira Braga on Quer ser capa de revista, então, vem com a gente!
Iracema di Castro Kelemen on PARNAMIRIM Base Norte-Americana nos Trópicos
Iracema di Castro Kelemen on PARNAMIRIM Base Norte-Americana nos Trópicos
MARUSA CRISTINA DE SOUZA GARCIA on GASTRONOMIA ARTESANAL NA VILA MADALENA