Arquiteta Dorys Daher indica pontos a serem observados, visando o bem-estar
Com o avanço da idade, o corpo humano passa por transformações que afetam o equilíbrio, a força, a visão e a mobilidade. Nesse contexto, a arquitetura voltada aos idosos torna-se essencial para garantir não apenas a segurança física, mas também a autonomia e o bem-estar emocional das pessoas na chamada melhor idade.
Pós-graduada em Arquitetura para ambientes de saúde, a arquiteta Dorys Daher estabeleceu em sua trajetória profissional uma visão voltada para a atenção em saúde de modo geral, portanto não só direcionada ao público idoso, mas a qualquer tipo de projeto. A profissional comanda um conceituado escritório de Arquitetura em Ipanema, no Rio (DG Arquitetura – www.dgarquitetura.com.br),
“Infelizmente, muitas residências brasileiras ainda apresentam barreiras arquitetônicas, que se transformam em verdadeiros riscos diários: são degraus mal dimensionados, desníveis abruptos, pisos escorregadios e banheiros sem apoio”, pontua Dorys. “E esses são apenas alguns dos elementos que podem provocar quedas, uma das principais causas de acidentes domésticos entre idosos”.
“Ambientes planos e bem nivelados reduzem significativamente o risco de acidentes. Sempre que possível, deve-se eliminar degraus e criar rampas com inclinação suave e piso antiderrapante. Quando as diferenças de nível são inevitáveis, o uso de corrimãos firmes em ambos os lados e uma boa iluminação fazem toda a diferença”, acrescenta.
Segundo a arquiteta, é nos banheiros que a atenção deve ser redobrada redobrada: “É um dos espaços mais críticos. Nesse caso, recomenda-se instalar barras de apoio junto ao vaso sanitário e ao box; utilizar bancos de banho estáveis, revestimentos antiderrapantes e evitar tapetes soltos. A porta deve abrir para fora do ambiente, permitindo o socorro em caso de queda. Já o box, preferencialmente, não deve ter desnível ou trilho alto”.
Atenção também à iluminação e à ventilação. Ambientes bem iluminados e ventilados reduzem tropeços, melhoram a percepção espacial e contribuem para a saúde respiratória. “É importante priorizar luz natural durante o dia e, à noite, pontos de iluminação indireta e contínua, especialmente em corredores e banheiros. A ventilação cruzada e janelas amplas ajudam a renovar o ar e evitar o mofo, comum em casas mais antigas”, ensina a arquiteta.
Já em relação à circulação e ao mobiliário, é preciso priorizar espaços livres e funcionais. Os móveis devem estar bem posicionados, firmes e com cantos arredondados, garantindo circulação fluida para quem usa bengala, andador ou cadeira de rodas. Evitar obstáculos, fios aparentes e tapetes soltos também é fundamental. Portas com vãos mais largos, maçanetas tipo alavanca e pisos uniformes facilitam o deslocamento e promovem independência.
“Recursos tecnológicos também são grandes aliados: sensores de presença para iluminação, campainhas de emergência, fechaduras eletrônicas e sistemas de monitoramento remoto oferecem segurança adicional sem comprometer a estética do lar. Mais do que adaptar espaços, a arquitetura voltada aos idosos é uma forma de respeito e empatia. Projetar para essa fase da vida significa pensar em ambientes acolhedores, acessíveis e humanizados, que proporcionem liberdade, prazer e qualidade de vida, valores fundamentais para o envelhecimento saudável”, conclui Dorys Daher.
Reprodução
Sempre que possível, deve-se eliminar degraus e criar rampas com inclinação suave e piso antiderrapante
Divulgação
Dorys é pós-graduada em Arquitetura voltada para ambientes de saúde e bem-estar

