Pós-graduação: o que é a fuga de cérebros?

Pós-graduação: o que é a fuga de cérebros e quais as suas consequências para o país?

Pós-graduação: o que é a fuga de cérebros?
Foto Divulgação

Já há anos o Brasil é um país que vive um quadro de sucessivos cortes financeiros no campo da educação e consequentes crises enfrentadas neste setor, como a falta de bolsas de estudo, problemas com moradia, laboratórios precários, pagamentos e vários outros.

Independente da diferença entre pHD e doutorado, mestrado e doutorado, todos os graus de especialização passam pelas consequências deste quadro de crise no setor educacional público.

Em alguns casos, os efeitos são tão drásticos que até os alunos de graduação sentem na pele os impactos dos cortes de verba na educação pública de nível superior, através de questões como as já citadas:

  • Problemas com moradia
  • Atraso no pagamento de bolsas de estudo
  • Falta de bolsas de auxílio
  • Escassez de professores
  • Condições estruturais precárias

No entanto, os integrantes da pós-graduação possuem um vínculo empregatício com a instituição de ensino onde desenvolvem suas pesquisas. Logo, estes cortes significam atraso no pagamento de salários para estes pesquisadores.

Obviamente algumas áreas possuem mais valorização e reconhecimento perante à sociedade e, consequentemente, perante ao poder público. Por exemplo, um pHD em economia tende a ter um reconhecimento maior do que um especialista em ecologia.

Todo este quadro faz com que o país passe por uma crise denominada ‘’fuga de cérebros’’ que nada mais é do que o fenômeno de pesquisadores e profissionais técnicos buscarem auxílio e refúgio no exterior, como resposta ao difícil quadro vivido aqui.

A fuga de cérebros atinge diversos profissionais atuantes na vida pública, desde o pHD no Brasil, vinculado à alguma universidade, até o professor de nível superior, que buscam melhores oportunidades e maior reconhecimento em outros países.

Hoje, vamos entender juntos quais são as consequências deste quadro, o que causa este quadro, principalmente, e também o que é necessário para se combater esta fuga.

O número de pós-graduandos vem crescendo no Brasil

Este dado é um dos mais importantes a serem avaliados para se entender este fenômeno. Apesar do número de pós-graduandos no Brasil ter crescido nos últimos anos, a maior parte dos pesquisadores que são formados aqui, acabam trabalhando em outros países.

De acordo com dados da plataforma online do Governo Federal, a pós-graduação brasileira cresceu cerca de 48% na última década.

Ou seja, uma grande parte da população vem buscando atingir o grau acadêmico mais alto o possível, visando se desenvolver tecnicamente, almejando um salário correspondente com seus esforços e tempo de estudo.

Portanto, cada vez mais brasileiros possuem o título de pHD. Mas isso apenas significa que cada vez mais pós-graduandos buscam melhores condições em outros países.

Quais são os impactos deste fenômeno? Certamente o desenvolvimento técnico e científico do Brasil é comprometido através deste quadro. Mas de que maneira? Há dados que comprovem este argumento?

Quais as consequências da fuga de cérebros no país?

Pós-graduação: o que é a fuga de cérebros?
Foto Divulgação

O principal e mais óbvio impacto direto da fuga de cérebros é a perda de talentos e de jovens cientistas que poderiam contribuir de maneira extremamente significativa para o país.

Isso ocorre, principalmente, porque os recursos e as condições para se realizar ciência e atuar como pesquisador no Brasil são extremamente escassos, de maneira que muitos pesquisadores precisam tirar dinheiro do próprio bolso para trabalhar.

É possível observar esta realidade em dados como: o número de profissionais com pós-graduação que precisam trabalhar em áreas completamente diferentes para pagarem as contas. Ou seja, o pesquisador estuda psicologia por 40 anos e precisa trabalhar no comércio. 

Assim, o pós-doutor em engenharia mecatrônica, se torna um doutor que conduz aulas aos alunos de ensino básico, por pura necessidade.

Ainda, se olharmos de uma maneira mais crítica, temos a seguinte realidade devido à fuga de cérebros: pesquisadores formados com recursos daqui, gerando recursos e novas tecnologias para outros países.

Em termos econômicos, técnicos e tecnológicos, o impacto é gigantesco. O Brasil se torna um país que não consegue exportar tecnologia de ponta. E que depende de outros países para uma série de recursos e tecnologias, visto que não os produz.

Como reverter este quadro e estimular a ciência nacional?

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A resposta para esta pergunta é uma só: investimentos públicos, fomentos e reconhecimento da importância dos pesquisadores e cientistas para o progresso de uma nação. 

Em um país onde há uma cultura do ‘’mas você só estuda e não trabalha?’’, que afeta diretamente os pesquisadores de pós-graduação, em questões salariais e de reconhecimento como profissional, estes investimentos são um processo.

Isso quer dizer que o quadro que a ciência brasileira e a tecnologia se encontram, alguns anos, ou talvez décadas de investimentos massivos serão necessárias para recuperar o estrago.

Pós-graduação: o que é a fuga de cérebros?

Porém, o prognóstico é positivo, visto que a pandemia mostrou um pouco da importância de cientistas, pesquisadores, técnicos. Assim como, investimento nestas áreas, na educação superior, na ciência e também na tecnologia.

 

 

Fotos: Divulgação / Acervo Pessoal
Fonte: Divulgação
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