O direito a liberdade!

Viver em um mundo habitado por milhões de prisioneiros. Os dias estão sombrios, mais amigos da dor do que do amor, e mais amigos das incertezas que nos invadem e afligem, e que não nos deixam dormir.

Porem, mesmo assim, uma voz amiga – para alguns inimiga – teima em sussurrar ao meu ouvido: – Vá! Abandona tudo isto e, com ou sem máscara, vá!

Mas como posso ir se posso, ao voltar, prejudicar alguém? E pior, posso prejudicar alguém da minha família?

Engraçado viver em um mundo que hoje é habitado por milhões de prisioneiros!

Só os animais e os pássaros passeiam livres sem temer o inimigo invisível, e sem ter que pedir licença a autoridades oportunistas.

Hoje o medo não é do ladrão que vai me surpreender na esquina, nem do diabo criado por religiões: hoje o medo é de respirar mal!

Um vírus pode roubar de qualquer um de nós o “respirar divino” e se esconder em nossos pulmões até nos sufocar e matar.

Hoje a morte nos espreita no beijo amigo ou amante, no abraço insubstituível, e no inevitável toque de mãos.

Nós, serezinhos humanos prepotentes, fomos bastante mal feitos, mas acho que o Criador ainda não terminou a sua criação.

Penso que Ele lá atrás, “antes do antes quando o tempo ainda não era tempo e o mundo ainda não era mundo”, penso que Ele parou tudo e disse:

– Agora, vocês que se virem! Terminem vocês o que Eu comecei! Mas, tomem muito cuidado com o livre arbítrio!

Deixo para vocês os meus quatro últimos conselhos:

-primeiro, nunca percam a esperança; segundo, nunca deixem de lutar; terceiro, escolham sempre fazer o que é certo; e quarto, nunca se esqueçam destes três conselhos!

Viver em um mundo habitado por milhões de prisioneiros

Viver em um mundo habitado por milhões de prisioneiros

Não deixe de ler: “Histórias por telefone” durante a Quarentena.

Então, nestes momentos sombrios de escuridão em que temos que aprender a voar tão cegos como morcegos, momentos em que as notícias e as autoridades nos confundem muito mais do que orientam, penso que já passou da hora de afastarmos de nós os conselhos de algumas autoridades indignas, e de mostrarmos que somos um povo com direitos, com autonomia e bastante indignados.

Penso que já passou da hora de exercermos o livre arbítrio, mas como Ele nos orientou, “tomem muito cuidado com o livre arbítrio”, ou seja, tomem muito cuidado com o que vocês escolherem fazer.

Porém, não aceitem ser chamados de criminosos ou terroristas por cometerem o suposto crime de defenderem seus direitos e suas liberdades, nem acreditem que por serem desobedientes irão receber o castigo eterno nas chamas do inferno.

Mas saibam sim que hoje, como nunca vimos antes, a escolha errada pode significar matar ou morrer. Ela pode ser, mais do que nunca, uma péssima escolha, o pior resultado do eterno combate entre certo e o errado.

Viver em um mundo habitado por milhões de prisioneiros

*Wanderley Rebelo Filho – advogado, jurista, escritor e vice-presidente da Associação Nacional e Internacional de imprensa – ANI titular 

Fotos: Divulgação / Arquivo Pessoal

Fonte: Wanderley Rebello Filho – Associação Nacional e Internacional de Imprensa

Leia ainda: Rotina em tempos de pandemia por Gito Sales

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui