Companhia da Memória investiga as estruturas de poder em Réquiem Para o Desejo, que estreia em outubro no Sesc Ipiranga
Espetáculo amplia situações e personagens de Tennessee Williams ao recriar o clássico Um Bonde Chamado Desejo
A Companhia da Memória cria uma leitura contemporânea para o clássico Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, em Réquiem Para o Desejo, com dramaturgia de Alexandre Dal Farra e direção de Ruy Cortez.
A peça estreia no dia 5 de outubro, no Sesc Ipiranga, onde segue em cartaz até 4 de novembro.
Com sessões às sextas e aos sábados às 21h, e aos domingos às 18h (uma apresentação extra acontece na quinta-feira, dia 1º de novembro, às 21h).
Essa releitura livre inverte completamente os papéis desempenhados pelos personagens no clássico norte-americano.
Stella torna-se uma mulher extremamente dominadora que tortura constantemente sua irmã Blanche.
Para isso, Stella conta com a ajuda de seu fracassado marido Stanley e do macho forte e dominador Mitch, pretendente da irmã.
Stella tampouco consegue lidar com tal situação. Blanche se introduz nesse ambiente menos estável do que o original.
No entanto, as alterações e a instabilidade, tendem a tornar as relações ainda mais estagnadas”, conta o dramaturgo Alexandre Dal Farra.
Em um cenário de terra arrasada, essas figuras buscam maneiras de estruturar as suas relações, que quase sempre resultam em explosões, sem explicação.
A ideia é lançar um olhar negativo para as figuras e situações criadas por Williams para investigar onde e como se instauram as diversas relações de poder.
Assim como a obra original, a encenação parte de uma sobreposição de tempos-espaços narrativos:
-a casa branca – aristocrática, burguesa e latino-americana -, que é representada pela releitura de Alexandre Dal Farra;
-e a casa negra – presente na peça de Williams nas imagens do cabaré onde ecoa o piano blues e na residência da vizinha negra.
Este segundo plano não ficcional é composto por uma intervenção poética e musical das cantoras/atrizes convidadas Roberta Estrela D’Alva (em vídeo) e Denise Assunção.
A Roberta fará uma intervenção poética em vídeo a partir do spoken word, sobre a presença do domínio da opressão dos corpos dentro da estrutura político-social humana.
O espetáculo é a terceira parte da Pentalogia do Feminino.
um conjunto de peças concebidas por Ondina Clais e Ruy Cortez, sobre temas autônomos vistos sob a perspectiva do feminino.
Sinopse: a peça gira em torno das quatro personagens principais do clássico. Um bonde chamado desejo de Tennessee Williams.
Em um cenário de terra arrasada, Stella, Blanche, Stanley e Mitch buscam maneiras de estruturar suas relações.
Sobre a Cia da Memória
Fundada em 2007, tem direção artística de Ruy Cortez, Ondina Clais e Marina Nogaeva Tenório.
Em suas três obras iniciais a Companhia dedicou-se ao estudo da linhagem patrilinear explorada em Rosa de Vidro, Nome do Pai e nos três espetáculos que compunham Karamázov.
Em 2016 Ondina Clais e Ruy Cortez concebem a Pentalogia do feminino, um conjunto de cinco obras que desdobram temas autônomos, vistos sob a perspectiva do feminino.
A partir desse ano, a Cia. se debruça sobre a linhagem matrilinear.
Serviço:
RÉQUIEM PARA O DESEJO
Estreia dia 5 de outubro no Teatro do Sesc Ipiranga
Duração: 90min.
Classificação: 16 anos.
Ingressos: R$30 (inteira); R$15 (meia-entrada); R$8 (credencial plena).
Temporada: De 5 de outubro a 4 de novembro. Sextas e sábados às 21h e domingos e feriados às 18h.
Não haverá espetáculo no dia 7/10. Haverá sessão na quinta dia 01/11 às 21h.
SESC IPIRANGA – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga
Horário de Funcionamento: Terça a sexta, das 7h às 21h30; aos sábados, das 10h às 21h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30. Capacidade: 198 lugares.
Informações: (11) 3170-4059.
Vendas pelo site sescsp.org.br/ipiranga e nas unidades do Sesc.