Luiz Dolino e sua primeira exposição individual em São Paulo Assim, com mais de 50 anos de carreira e obras expostas nos cinco continentes, a mostra “A Dança das Horas”, que se abre ao público em 7 de maio, reúne telas e esculturas que traduzem a abstração geométrica

A Dança das Horas. Este é o nome da primeira mostra individual do pintor Luiz Dolino na capital paulista, mas ele já teve seus trabalhos expostos em coletivas e assina, inclusive, um painel de 12 metros quadrados em um dos salões nobres do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. Além disso, participou da emblemática nona edição da Bienal de SP, dedicada à arte pop em pleno ano de 1967, e mantém amizades duradouras que resistem há décadas com grandes nomes da cultura e das artes plásticas, como a gravadora Maria Bonomi.

Em relação à exposição que poderá ser vista pelo público entre 7 e 21 de maio na Galeria Contempo, Dolino afirma que há todo um ineditismo que permeia esse contexto. “Embora eu seja um veterano, trata-se de um reconhecimento dessa cidade com a qual mantenho uma duradoura relação”, diz. Sobre o nome escolhido, “A Dança das Horas”, afirma: “Gosto de me situar no universo da literatura e esse título sintetiza, metaforicamente, o que as horas, ao longo de minha trajetória, fizeram de mim. É o tempo que o relógio me consumiu para eu poder estar circulando em vários ambientes”, explica Dolino, cujas obras estão presentes em mais de 50 países, em todos os continentes.

Luiz Dolino e sua primeira exposição individual em São Paulo

Luiz Dolino e sua primeira exposição individual em São Paulo

“A beleza plástica do trabalho de Luiz Dolino nos chamou a atenção, sobretudo pela fluidez com que domina a arte abstrata geométrica e pela forma elegante que ele a utiliza como linguagem para dar vida e formas a uma diversificada paleta cromática”, afirma a galerista Monica Felmanas, que é sócia proprietária da Galeria Contempo ao lado de suas irmãs, Marcia e Marina. O espaço, que é dedicado à arte contemporânea, conta com obras do artista em seu acervo.

No conjunto de trabalhos que serão exibidos – cerca de 20 telas de diferentes dimensões e períodos e 3 esculturas – as linhas retas assumem o protagonismo por meio de suas pinceladas firmes, sem espaço para curvas. Uma exclusão deliberadamente assumida pelo artista. “O caminho percorrido na busca de uma gramática pessoal levou-me ao encontro dos elementos gráficos de clara inspiração geométrica que são visíveis na decoração de objetos de uso cotidiano e ritualístico, assim como também no próprio corpo de nossos ancestrais indígenas, que cultivaram o gosto pelas formas simplificadas e estabeleceram uma linguagem capaz de expressar o seu universo simbólico por meio de um sofisticado código de formas geométricas”, argumenta. Para Dolino, a curva também é portadora de uma grande sensualidade, uma característica que poderia levá-lo a correr riscos em seus traços retilíneos e potentes, os quais, para ele, imprimem os necessários vigor e ritmo em suas telas.

Luiz Dolino e sua primeira exposição individual em São Paulo

Quanto à abstração presente na obra de Dolino, o artista plástico, crítico e professor Fábio Magalhães afirma que ela se expressa com clareza e disciplina. “Notamos na construção geométrica a preocupação em estabelecer releituras da proporção áurea, sobretudo, nas relações entre os quadrados e os retângulos”, observa, acrescentando que a linguagem do artista ultrapassa o território cerebral diante de uma intensa vibração lírica. “Frente ao caos das coisas, da vida e da cultura, Dolino nos propõe uma arte de relações harmoniosas em que as formas e as cores interagem e dialogam entre si”, diz.

Com mais de 50 anos de carreira no Brasil e no exterior, o artista não se considera um mestre das linhas retas. Prefere se colocar como um fiel discípulo que, com seu trabalho, traduz a abstração da geometria em encanto e poesia. E, como bem observa a escritora Nélida Piñon, “paira sobre sua criação uma dimensão lírica e melancólica que um artista sutil e refinado como Dolino tem a graça e o poder de ostentar”.

SOBRE LUIZ DOLINO

A cidade fluminense de Macaé é apenas uma indicação na certidão de Luiz Dolino, que ali nasceu em 1945. “Vim ao mundo em Macaé, mas sou, por formação de vida e trajetória, um carioca do Flamengo e um cidadão do mundo. Com a pandemia, optei vir para o meu sítio, em Petrópolis, onde mantenho meu ateliê”, conta.

Dolino cursou Ciências Sociais e deu início à sua trajetória artística em 1963, quando estudou na Escolinha de Arte do Brasil, com Augusto Rodrigues (1913-1993). E, igualmente, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com Ivan Serpa (1923-1973). Renomados mestres na formação de gerações de reconhecidos artistas brasileiros. No início da carreira, o pintor, escultor, gravador e professor brasileiro, Rubem Valentim (1922-1991), o alertou sobre a necessidade de se identificar com alguma linguagem para se expressar no universo das artes plásticas.

Nesse contexto, suas constantes mudanças de países favoreceram a ampliação do vocabulário de sua gramática estética. No período em que residiu no Uruguai, Dolino teve a oportunidade de conviver com o pintor José Pedro Costigliolo (1902-1985). Assim como, sua mulher, a também pintora e escultora Maria Freire (1917-2015). Ambos considerados precursores da arte concreta uruguaia, que lhe estimularam a buscar no léxico indígena brasileiro o abstrato geométrico.

Para saber mais sobre a trajetória profissional do artista, acesse o site http://www.dolino.art.br ou, no Instagram, @luizdolin

SOBRE A GALERIA CONTEMPO

“Filha” da ProArte Galeria, a Contempo foi idealizada pelas irmãs Monica, Marcia e Marina Felmanas e está no mercado desde 2013. Foi criada com o propósito de reunir o melhor da produção artística contemporânea brasileira, representando artistas emergentes, jovens e promissores talentos. Hoje, agrega a seu portfólio obras produzidas por experientes representantes das artes plásticas com carreiras consolidadas, como o próprio Dolino. E os pintores Rubens Ianelli e Aldir Mendes. Ao reunir distintas linguagens e estéticas, a galeria transita por diferentes universos. Como o da pintura, do desenho, da gravura, do tridimensional, da fotografia e da arte de rua.

Serviço

A DANÇA DAS HORAS
Onde: Galeria Contempo
Endereço:Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1644 – Jardim América, São Paulo
Quando: 7 a 21 de maio
Horário: de segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 16h
Telefone: 11 3032-5795
Site: www.galeriacontempo.com.br
E-mail: contato@galeriacontempo.com.br
Instagram: @galeriacontempo
Facebook: contempogaleria

 

 

Fonte:Erika Balbino / Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação / Acervo Pessoal
Edição: Redação Na Mídia
Leia: Conheça a trajetória de Jav Gama Neto

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui