Fernando Priamo e a “Spectrum Miami Art Show”. O fotógrafo, repórter-fotográfico e artista “Fernando Priamo participará da exposição “Spectrum Miami Art Show”, a maior feira de arte, em Miami-Flórida, nos Estados Unidos, nos dias 04 a 08 de dezembro de 2019.

Curadoria Marcelo Neves 

Fernando Priamo, fotógrafo com dupla nacionalidade, brasileiro e italiano, deu conta de que levaria a vida captando o mundo em sua câmera quando foi parar em São Paulo, com seus vinte e poucos anos.

A metrópole o fascina como possibilidade de registro. Sua série de fotografia Urban Art é uma viagem urbana, em que ele, através de um trabalho de sobreposição de fotos, consegue fundir seus próprios sentimentos em uma só imagem.

É uma sequência de fotos não-retilínea, mas de justaposição, em que uma
imagem é colocada sob a outra a fim de dar um acabamento ao sentido
completo da obra.

Mostra-se por inteiro.  A velocidade de seus cliques acompanha o movimento apressado da cidade.

Fernando Priamo e a “Spectrum Miami Art Show”

Fernando Priamo e a "Spectrum Miami Art Show"

Fernando criou uma sistematização que o permite criar estas fotos com o objetivo de atingir uma máxima definição.

Apesar de estar exposto o objeto em movimento, ele não quer o aspecto de foto tremida. Não visa o abstrato, e sim o registro mais real possível, algo análogo a sua atuação no mercado como fotojornalista. 

As imagens são feitas em suas viagens pelo mundo. Além do Brasil,
Inglaterra, Itália, Polônia, Portugal, França, Suíça, Alemanha e República
Tcheca fazem parte de sua coleção fotográfica.

Fernando Priamo e a "Spectrum Miami Art Show"

Os reflexos são artifícios de seu trabalho, entre as camadas, que podem ser
constituídas de até sete fotos feitas de um mesmo ângulo, não sabemos o
que está espelhado e o que é o lado oposto do reflexo.

A todo tempo coexistem mundos reais e virtuais. Pedaços de realidade que atravessam a água e os vidros das vitrines.

Uma tentativa de, substancialmente, poder espelhar o que se pensa ao estar diante de uma fotografia, sem perder o rastro do que muda continuamente de lugar. 

Fernando Priamo e a "Spectrum Miami Art Show"

Para cada assunto, uma técnica diferente. Ao fotografar a Torre Eiffel, que já foi exaustivamente registrada, Fernando corre com a câmera de cima
embaixo, propondo um risco, a fotografia escorre em suas mãos. Na maioria dos casos, a escolha de direção na vertical e na horizontal é mesclada.

Outro elemento bastante presente em seu trabalho são as mulheres
européias em suas bicicletas, dando vida à cena cotidiana. 

Fernando Priamo e a "Spectrum Miami Art Show"

Sobre Fernando Priamo

Fernando Priamo vive a ideia de um mundo sem fronteiras. Por onde
caminha, consegue viajar sem consultar mapa, é como se rebobinasse um filme de viagem.

A cada partida, volta com mais 15 mil fotos em sua mala. “A FineArt sou eu”, diz o fotógrafo contemporâneo ítalo-brasileiro e mineiro.

Sua motivação ao clicar vem da vontade de ter sido um grande pintor.

Enxerga telas nos enquadramentos por detrás das lentes que lhe apresentam o mundo. É a partir dali que sente, se emociona e tenta ao máximo romper o abismo entre o real e sua representação.

Priamo quer uma paleta de cores tão completa quanto as da Capela Sistina, e se movimenta acompanhando a inquietude e em direção da luz característica nos quadros de Caravaggio.

“A perseverança de Monet, em sempre pintar seu jardim, me fascina”, comenta rememorando uma de suas séries de fotografia em homenagem ao artista impressionista. 

Fernando Priamo e a "Spectrum Miami Art Show"

Enquanto fotografa, tenta captar não o instante, mas o amanhã. Quer que
sua arte esteja sempre à frente do tempo presente, e que possa fazer
sentido mesmo se passarem muitos anos.

Ao compor uma imagem, busca por uma visão global, gigantesca, e é dessa maneira que acredita nascer uma boa fotografia. “Eu sou muito pequeno em relação ao que eu faço.

O trabalho que eu desenvolvo está além da minha capacidade simples. E eu
nunca faço sozinho.

Mas estas coisas são subjetivas demais para compreender, é preciso sentir”. Fernando e sua espiritualidade andam juntos quando sai em busca de uma foto. “Coisas estranhas me acontecem, como se alguém me mostrasse, me chamasse para um olhar”. 

Uma máquina de fotografar em cima de uma máquina fotográfica, assim define sua cabeça que recebe estímulos a todo o tempo.

Não consegue viver sem congelar momentos de seu dia. Os pensamentos ruidosos encontram tranquilidade no barulho da cidade, embora às vezes recorra à música em seus fones de ouvido, ou concentra-se naquela trilha que toca ao fundo do local em que está posicionado com sua câmera.

A primeira delas comprou logo na época em que cursou fotografia, em São Paulo, uma Zenit, Russa, a profissional mais acessível do mercado para o até então estudante.

Na época, a fotografia de moda lhe servia como território para imersão, colecionava desde criança recortes desta editoria e também de revistas National Geographic, enquanto pensava: “Como é possível alguém ter feito esse registro de paisagem?”.

Atualmente, a pergunta volta-se para ele: “Qual é a beleza que faz Priamo ficar de joelhos para o mundo?” 

Reluta ao preto e branco porque ama cores, embora tenham séries específicas que evocam as muitas tonalidades de cinzas que estão entre os dois abismos, um exemplo é seu trabalho sempre em andamento que faz enquanto assiste as rodas das bicicletas das garotas girarem.

Prefere datas nubladas à dias ensolarados, porque é na paisagem cinza que as cores saltam para fora.

Se fosse escritor, seria de muitas palavras, te interessa o cheio, o caos, a sobreposição, e principalmente, em como vai criar um só arranjo a partir de tantos elementos disponíveis no seu campo de visão.

É na pintura, principalmente, dos italianos, que mais aprende sobre composição. 

As fotografias que não se mostram 90% prontas em sua câmera, são
deletadas. Até em termos de luz, Priamo puxa mais saturação e contraste
quando a imagem pede, ou gera mais palidez e capta tons pastéis quando
quer. O trabalho de edição segue quase a mesma lógica de quem trabalha
utilizando recurso analógico. 

Fotografa com os dois olhos arregalados para o mundo. Não cerra as
pálpebras para não prender sua visão aos limites da lente.

Enquanto um opera no visor, o outro olho está atento ao entorno, antecipando o que pode acontecer e acabar entrando no campo da lente.

“Eu posso esperar um elemento entrar no campo de ação, e pará-lo, e com isso, não perder a foto”. 

A fotografia é sua alegria, mas não só. Já passou momentos catárticos
fotografando, como quando viajou para Auschwitz e visitou o campo de
concentração.

Fotografou o tempo inteiro em um processo intenso. “As pessoas quando veem as minhas fotos, elas olham para um lugar triste, mas não conseguem acessar o que se passa na minha cabeça. Neste choro está todo meu sentimento, eu via tudo embaçado”. 

Fernando Priamo reconta sua vida a partir do que seu olhar alcança. A
fotografia lhe deu tudo, inclusive a capacidade de causar uma ruptura no
espaço-tempo.

“Sou eu tirando pedacinhos do espaço e colocando em uma tela, que vai para uma galeria na intenção de se perpetuar por anos.

Quando a obra chega a este estágio, Priamo acredita que o artista sai de cena, e a obra ganha vida própria.

Em uma relação mental, é como se a obra fosse o subconsciente, a obra é tudo, e seu autor, o consciente. 

Carime Elmor (jornalista)

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