Compositor Aldir Blanc marcou o coração dos brasileiros. Instituto Vladimir Herzog lamenta a morte de Aldir Blanc

O Instituto Vladimir Herzog lamenta profundamente o falecimento de Aldir Blanc, grande figura da música e da cultura do Brasil.

Suas composições marcaram a vida e a história dos brasileiros.

Nascido no Estácio, região central do Rio de Janeiro, era formado em medicina e com especialização em psiquiatria.

Aldir era um observador das ruas, poeta da vida e da cidade.

Captava a alma do nosso povo, falando de nossas lutas, nossas dores, nossas alegrias e nossas tristezas.

Compositor Aldir Blanc marcou o coração dos brasileiros

Talvez nenhuma outra música tenha sido capaz de encarnar com absoluta perfeição o momento histórico de sua composição quanto “O bêbado e a equilibrista”.

Logo, famosa canção que foi escrita em 1979 por ele e por João Bosco, e eternizada na voz de Elis Regina.

“Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarices
No solo do Brasil”

A canção, dessa forma,  se tornou um hino do combate à ditadura militar que vigorou entre 1964 e 1985 e destruiu o Brasil com casos de corrupção.

Mas, ainda com censura, perseguições políticas, torturas, desaparecimentos e assassinatos.

Compositor Aldir Blanc marcou o coração dos brasileiros

A letra é cheia de referências importantes, mas a mais emblemática talvez seja a dos versos acima, em que os autores homenageiam Maria Aparecida Fiel Pivotto.

Era a viúva de Manuel Fiel Filho, operário assassinado em janeiro de 1976.

E, também,  Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em outubro de 1975.

Outrossim,  “O bêbado e a equilibrista” é um ensaio sobre a amizade entre Aldir Blanc e João Bosco, que tantos frutos rendeu para a música brasileira.

Poesia

Com Aldir, as melodias de João ganhavam poesia. Com João, os versos de Aldir ecoavam mais longe.

E, assim,  uma das maiores duplas da música popular brasileira se consagrou e foi responsável pela criação de páginas tão importantes da nossa cultura.

Portanto, quarenta e um anos após a composição de “O bêbado e a equilibrista”, Aldir Blanc foi mais uma vítima, na madrugada desta segunda-feira, do novo coronavírus.

Em um momento tão difícil da história do nosso país e de toda a humanidade, a perda de Aldir nos priva da presença de um grande poeta.

Porém, certamente deixa um legado que seguirá nos inspirando na luta por um país mais justo, democrático e responsável com os seus cidadãos.

Fotos: Divulgação / Arquivo Pessoal

Fonte: Pedro Henrique de Andrade Antunes / CDI Com

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