O evento aconteceu no último dia 02 e 03 de fevereiro , no
Museum of Moving Image (MoMI) em Nova Iorque , EUA
Anualmente, a Film Society of Lincoln Center e o Museum of Modern Art promovem em Nova York o festival New Directors/New Films, em que são exibidas realizações de “cineastas emergentes” de todo o mundo.
Neste ano, em sua 47ª edição, quatro filmes brasileiros aparecem entre os selecionados. São eles: Azougue Nazaré, de Tiago Melo; As boas maneiras (Good manners), de Marco Dutra e Juliana Rojas; Cocote, de Nelson Carlo de los Santos Arias; e Djon África, de João Miller Guerra e Filipa Reis.
Enquanto o documentário ‘Baronesa’ traz o olhar feminino e humanizante sobre a periferia, onde conclui que a função social do cinema o aproxima de debates sobre a representatividade e o lugar de fala. Cabe ao cineasta, que direciona o olhar, ser um mediador na exposição de uma realidade da qual não pertence? “Baronesa”, filme de estreia de Juliana Antunes, instiga essa reflexão ao apresentar Andreia e Leidiane, vizinhas na comunidade Vila Mariquinhas, em Belo Horizonte.
“Baronesa” orienta um olhar humanizador sobre as vítimas de um sistema segregador e opressor. Em um interessante diálogo entre Leidiane e Andreia, trazem nos versos de um rap a consciência acerca da desigualdade sócio-econômica que separa o morro e a cidade. A fala é interrompida pelo barulho de tiros, advindos de uma ficção hiper-realizada ou de uma devastadora realidade. Cocote é uma coprodução latina da Republica Dominicana/Brasil/Argentina. No filme, exibido na 41ª Mostra de São Paulo, um jardineiro evangélico retorna à sua cidade natal para o funeral de seu pai e é obrigado a participar de celebrações religiosas contrárias às suas crenças. Os países lusófonos Portugal, Brasil e Cabo Verde constroem uma ficção a partir de um passado imperialista em Djon África. A primeira ficção da dupla portuguesa João Miller Guerra e Filipa Reis foi destacada na lista de novos diretores do ano do New York Times.