Caso Klara Castanho e suas consequências psicológicas.

Psicólogo Alexander Bez analisa situação e traumas vividos pela atriz mirim 

Na noite do último sábado, Klara Castanho publicou em suas redes sociais uma carta aberta, na qual a atriz revelou uma sequência de episódios traumáticos que a ela sofreu.

Klara, que tem de 21 anos de idade contou ter sido abusada sexualmente, que gerou, a partir dessa violência, uma criança e que a entregou para a adoção. Ela disse também o que passou em consultório médico durante a gestação e no momento do parto, além da violação da sua privacidade.

A atriz não tornou sua história publica por sua própria vontade, só se manifestou após ter sido atacada nas redes, quando o seu nome foi relacionado ao caso relatado pelo jornalista Leo Dias em uma entrevista ao programa “The Noite” (SBT), com Danilo Gentili e rememorado pela atriz Antônia Fontenelle, nas redes sociais da mesma.

Caso Klara Castanho e suas consequências psicológicas

Alexander Bez, especialista em relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), especializado também em ansiedade e síndrome do pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), e com mais de 20 anos atuação fez uma análise sobre o caso.

Segundo o psicólogo, a recuperação de quem passou pelo trauma do estupro e gravidez indesejada é difícil e não pode ser generalizada, pois varia de mulher para mulher. Sendo assim, não é possível estipular tempo, a recuperação das vítimas pode levar décadas, em alguns casos, a vida toda.

Caso Klara Castanho e suas consequências psicológicas

Trauma

“É um trauma psicoterápico que demanda aplicação, foco, determinação e resistência interna por parte da vítima. Lógico que qualquer mulher estuprada quer se recuperar, a vontade é completamente inerente ao seu aparelho psíquico. No entanto, o estupro acarreta consequências negativas inimagináveis, os resultados são imprevisíveis para cada mulher.  O processo de recuperação é essencialmente psicoterápico, e em milhares de casos interação medicamentosa, com ansiolíticos e antidepressivos.” –  explica Bez.

Alexander diz que no caso da atriz, a recuperação irá depender de como é o seu aparelho psíquico e como será processado desses episódios traumáticos. Há casos em que o acompanhamento é para a vida toda, há outros em que precisará de uma manutenção e acompanhamentos mais moderados. Usualmente, o tempo mínimo de recuperação e processamento do trauma é de ao menos uma década. O psicólogo conta que no caso da atriz, é um pico pior, porque a violência foi exposta há julgamentos externos e isso agrava a situação.

Julgamento

“Ninguém tem o direto de julgar uma vítima. Nem à internet, nem apresentadora, nem instituição, seja social e/ou religiosa! Só a vítima tem o direito de decidir o que irá fazer, seja aborto ou adoção. A decisão cabe a ela. Toda vítima tem direito ao aborto. Caso não faça, então irá levar e conviver com esse trauma para sempre. E ninguém tem o direito em julgar.” – complementa.

O especialista fala também como “o trauma potencializa e muito a rejeição emocional, sentimental e, fundamentalmente, a interação íntima-sexual. Genitalmente falando, a mulher se sente ferida. É uma dor vivenciada e ‘revivenciada’ todos os dias. A paciência de um futuro companheiro terá que ser determinante. E nos casos de estupro, só a vítima saberá dizer quando estiver pronta para engatar em uma nova relação a dois.”

Quando ocorrem situações de diversas violências, como a vivenciada por Klara Castanho, nos perguntamos se é possível contornar tantos traumas e de acordo com Alexander:

“A cicatriz ficará. Mas um tratamento bem realizando, sem pressa e sem atenção cronológica, é fundamental. A punição para o abusador sexual é muito importante para que o trauma seja cuidado. Porém, como dito anteriormente, os traumas irão repercutir individualmente em cada vítima, precisando respeitar seu tempo mental e psicológico.”

 

 

Fonte: MS Assessoria
Fotos: Divulgação / Acervo Pessoal
Edição: Redação Na Mídia
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