Cantora estava internada desde o dia 12 e passará por tratamento em casa com acompanhamento médico
Simaria cantora
A cantora Simaria, da dupla sertaneja com Simone, foi diagnosticada nesta terça-feira (17) com tuberculose ganglionar.
Segundo infectologistas ouvidos pelo G1, essa forma doença não é contagiosa e tem baixa chance de morte.
Ela estava internada desde o dia 12 de abril no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Simaria teve alta nesta terça, mas vai continuar o tratamento em casa, sob observação médica.
De acordo com o infectologista Eduardo Martins, do Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose, essa versão ganglionar é apenas uma apresentação mais rara da infecção:
“É o mesmo bacilo da tuberculose pulmonar.
A pulmonar é apenas o tipo mais frequente de apresentação da tuberculose, com 85% dos casos.
De uma forma geral, é uma bactéria que dá em todos os órgãos: pulmão, coração, pleura e também nos gânglios”.
Tuberculose: entenda os sintomas
O tratamento do tipo ganglionar é o mesmo da tuberculose comum.
O paciente deve ser tratado com antibióticos durante pelo menos seis meses, segundo orientações do Ministério da Saúde e do médico especialista.
“A pessoa precisa manter o tratamento por no mínimo seis meses a um ano.
Não pode parar, porque se nem todas as bactérias forem atingidas pelo antibiótico, podem surgir cepas resistentes.
Tuberculose tem cura, mas precisa seguir de forma bem rigorosa a prescrição do médico”, disse o infectologista Edimilson Migowski.
Causas e sintomas
A tuberculose ganglionar pode se desenvolver devido a uma baixa no sistema imunológico: “É uma doença agressiva por si só.
Quando você tem sarampo, uma doença viral extremamente agressiva, baixa a imunidade e você tem pneumonia como consequência.
Já a tuberculose tem essa coisa de reativar, mas ela é agressiva por si. A bactéria fica incubada e pode ser que o aumento do estresse, baixa imunidade, reativem a doença”, explica Eduardo Martins.
“A quantidade enorme de shows, comendo mal, viajando de um lugar pro outro, estresse, podem causar a tuberculose”, avaliou Migowski.
Os sintomas, de acordo com os especialistas, são febre, calafrios, inchaço com dor, perda do apetite, suor excessivo.
Doença no mundo
O mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a tuberculose mostra que desde 2000 os casos da doença caíram 37% no mundo.
No entanto, segundo a entidade internacional, a doença foi a condição infecciosa por agente patológico único que mais matou em 2016 – ficando à frente do HIV.
De acordo com a OMS, a tuberculose também é a principal causa de óbitos relacionados à resistência bacteriana e a principal causa de morte entre pessoas com HIV.
A organização também alerta que muitos países não estão colocando em curso esforços suficientes para atingir as metas globais de controle da doença.
“Enquanto o mundo se comprometeu a acabar com a epidemia de tuberculose até 2030, ações e investimentos não correspondem à retórica política.
Precisamos de uma abordagem dinâmica, global e multissetorial”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Fonte: G1 – Ciência e Saúde – Marcos Nagelstein / Agência Preview