ADELAIDE CHIOZZO, ÍCONE DA ERA DE OURO DA NOSSA RÁDIO, TAMBÉM APOIA A CAMPANHA DO NATAL PERMANENTE DA LBV

De Luiz Carlos Lourenco

Fotos de Daniel Marques,  Luka Pereira e Luciana Camara Mesquita

A atriz, cantora. instrumentista e compositora ADELAIDE CHIOZZO, que, aos 87 anos, continua em plena atividade se apresentando nos palcos brasileiros, vestiu a camisa da campanha do Natal Permanente da LBV, na tarde desta quarta-feira, no Centro de Artes da UFF, em Niterói, onde se apresentou para um teatro lotado ao lado de outros duas grandes estrelas do rádio brasileiro, ELEN DE LIMA e LUCIENE FRANCO, num  espetáculo produzido por Luka Pereira e com direção musical do Maestro Moises Pedrosa.

Durante o espetáculo, Adelaide foi surpreendida por uma bisneta, que subiu ao palco para cantar ao seu lado o seu maior sucesso da carreira, `Beijinho Doce`.

– Fico muito gratificada em participar desta campanha, ao lado de tantos amigos artistas, principalmente porque conheço o brilhante trabalho da LBV desde os tempos de seu fundador, Alziro Zarur, de quem tive oportunidade de curtir a sua amizade. A campanha irá distribuir mais de 50 mil cestas de alimentos para tantas familias carentes e esta atitude merece ser apoiada por todos, disse Adelaide.

ADELAIDE foi estrela da Atlântida Cinematográfica(atuando em 23 filmes, inclusive em musicais com Oscarito e Grande Otelo) e renomada cantora da Rádio Nacional, onde atuou por 27 anos, participando, dentre outros, dos programas “Alma do Sertão” e “Gente Que Brilha”.

Em seus mais de vinte discos gravados, é dona de sucessos como “Beijinho Doce“, “Sabiá na Gaiola“, “Pedalando” e “Recruta Biruta”. Recebeu vários prêmios e troféus, entre os quais, o título de “A Namoradinha do Brasil” (a primeira do País) e participou também como atriz nas novelas da Rede Globo: Feijão Maravilha e Deus nos Acuda.

Adelaide, com seu famoso acordeão, já se apresentou por quase todas as cidades brasileiras, juntamente com seu marido, Carlos Matos, respeitado violonista brasileiro e já falecido,, e teve o seu espetáculo “Cada um Tem o Acordeon que Merece” aclamado pela crítica como o melhor espetáculo do ano de 1975. Recentemente, em Abril de 2003, foi agraciada pela Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, com o título honorário de “cidadã cearense”.

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Em 1939, aos oito anos de idade começou a aprender acordeon. Com 15 anos, foi indicada pelo compositor Irani de Oliveira para participar do Programa Papel Carbono apresentado por Renato Murce na Rádio Clube do Brasil fazendo imitação do sanfoneiro e cantor gaúcho Pedro Raimundo.

Em 1946, estreou no cinema atuando na comédia “Segura esta mulher” ao lado do pai Afonso Chiozzo, com direção de Watson Macedo. Nesse filme acompanhou com o pai o cantor Bob Nelson na música “O boi Barnabé”, de Afonso Simão e Bob Nélson. Em 1947, atuou ainda com o pai na comédia “Esse mundo é um pandeiro”, de Watson Macedo. Em 1948, atuou em “É com esse que eu vou”, de José Carlos Burle.  Por essa época foi contratada pela Rádio Nacional. Em 1950, estrelou o filme “Carnaval no fogo” no qual interpretou “Pedalando”, de Anselmo Duarte e Bené Nunes. Com esta mesma música estreou em disco cantando ao lado do instrumentista Alencar Terra na polca “Pedalando” e na rancheira “Tempo de criança”, de João de Souza e Eli Torquine. Em 1951, participou do filme “Aviso aos navegantes”, no qual interpretou com Eliana, com quem atuou em diversos filmes, um de seus maiores sucessos, a valsa “Beijinho doce”, de Nhô Pai. No mesmo ano, gravou dois discos com Eliana pela gravadora Star, interpretando “Beijinho doce”, o baião “Cabeça inchada”, de Hervé Cordovil, o baião “Sabiá na gaiola”, de Hervé Cordovil e Mário Vieira, e o rasqueado “Orgulhoso”, de Nhô Pai e Mário Zan. Em 1952, gravou com Eliana a polca “Zé da Banda”, de Alencar Terra, e o coco “Vapô de Carangola”, de Manezinho Araújo e Fernando Lobo.

No mesmo ano, participou do filme “É fogo na roupa”, de Watson Macedo, e “Barnabé, tu és meu”, de José Carlos Burle. Em 1953, gravou com Eliana a marcha “Queria ser patroa”, de Manoel Pinto e Aldari Almeida Airão, e o samba “Com pandeiro na mão”, de Manoel Pinto, Jorge Gonçalves e D. Airão.

Em 1954, filmou “O petróleo é nosso”, de Watson Macedo. No mesmo ano, gravou outro de seus grandes sucessos, a toada “Meu sabiá”, de Carlos Mattos e Antonio Amaral. Em 1955, gravou de Bruno Marnet, o fox “Passeio de bonde” e de Garoto, Fafá Lemos e Adair Badaró, o baião “Nós três”. Nesse ano, sua gravação da toada “Beijinho doce”, de Nhô Pai, em dueto com Eliana foi incluída no LP “Show Copacabana Nº 1” da gravadora Copacabana.

Em 1956, estrelou o filme “Sai de baixo”, de J. B. Tanko. No mesmo ano, gravou o baião “Papel fino”, de Mirabeau, Cid Ney e Dom Madrid, e a marcha “Vamos soltar balão”, de Luiz Gonzaga Lins.

Em 1957, gravou as marchas “A sempre viva”, de Paulo Gracindo e Mirabeau, e “Tua companhia”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal. No mesmo ano, tomou parte no filme “Garotas e samba” onde interpretou “O trenzinho do amor”, de Sivan Castelo Neto e Lita Rodrigues.

Também em 1957, participou de dois LPs da gravadora Copacabana: “Carnaval de 57 – Nº 1” com a marcha “A sempre viva”, e do LP “Festas juninas” com o baião “Papel fino”, de Mirabeau, Cid Ney e Don Madrid. Em 1958, gravou com Silvinha Chiozzo o rasqueado “Cabecinha no ombro”, de Paulo Borges, que tornou um grande sucesso e um clássico da Música Popular Brasileira. Nesse ano, lançou o LP “Lar… doce melodia” pela gravadora Copacabana no qual cantou três faixas: “Vá embora”, de Geraldo Cunha e Carlos Matos, “Pagode em Xerém”, de Alcebíades Barcelos, o Bide e Sebastião Gomes, “Meu veleiro”, de Lina Pesce, as demais nove músicas do disco ela interpretou ao acordeom: “Viagem à Cuba”, de I. Fields e H. Ithier, “Night and day”, de Cole Porter, “É samba”, de Vicente Paiva, Luis Iglesias e Walter Pinto, “Inspiração”, de Paulus e Rubinstein, “Deixa comigo”, de Índio, “Icaraí”, de Silvio Viana, “Padan-padan”, de Glanzberg e Contel, “Dance avec moi”, de Hornez e Lopez, e “Granada”, de Agustin Lara.

Em 1966, sua gravação da toada “Meu veleiro”, de Lina Pesce, foi incluída no LP “Lina Pesce – Seus grandes sucessos” da gravadora Copacabana.  No mesmo ano, sua balada “Pra Que Sonhar”, parceria com o marido Carlos Matos, foi gravada pela cantora Joelma em LP da Chantecler.

Em 1972, participou do LP “Alma do Sertão”, da gravadora Copacabana produzido a partir do programa de Renato Murce na Rádio Nacional que levava o mesmo nome. Nesse disco, interpretou com Eliana a toada “Pingo D’água”, de Raul Torres e João Pacífico, e o rasqueado “Campo Grande”, de Raul Torres.

Em 1975, apresentou-se ao lado do marido e violonista Carlos Mattos no show “Cada um tem o acordeom que merece”, no Rio de Janeiro e em Niterói.

Em 1976, a gravadora Philips lançou dois LPs, um relembrando a Era de Ouro dos filmes musicais brasileiros e outro sobre os 40 anos da Rádio Nacional. No primeiro intitulado “Assim era a Atlântida” foram remasterizados vários fonogramas interpretados durantes os filmes incluindo três interpretações da cantora: “Pedalando”, de Anselmo Duarte e Bené Nunes, do filme “Carnaval no Fogo”, que ela interpretou sozinha, e “Recruta biruta”, de Antônio Almeida, Antônio Nássara e Alberto Ribeiro, e “Beijinho doce”, de Nhô Pai, ambas do filme “Aviso aos navegantes”, interpretadas juntamente com Eliana.

No segundo LP, gravado a partir de acetatos gravados durante programas da Rádio Nacional, foi incluída suam interpretação para o samba canção “Nós três”, de Garoto, Chiquinho do Acordeom, Fafá Lemos e Badaró, cantado juntamente com Carlos Matos. Em 1978, atuou na novela “Feijão Maravilha”, na TV Globo.

Em 1992, trabalhou na novela “Deus nos acuda”, na TV Globo. A partir de então, realizou shows pelo Brasil acompanhada pelo marido e eventualmente, pelos três netos.

Em 1996, participou do Projeto Seis e Meia, no Teatro Dulcina no Rio de Janeiro juntamente com o cantor Francisco Carlos no show “Ídolos da Atlântida”.

Em 2001, teve lançado pelo selo Revivendo o CD “Tempinho bom”, que incluiu suas gravações para as músicas “Nós Três”, de Fafá Lemos, Chiquinho do Acordeom e Garoto; “Meu Sabiá”, de Carlos Matos e A. Amaral; “Tempinho Bom”, de Mário Zan e Sereno; “Minha Casa”, de Joubert de Carvalho; “Cada Balão Uma Estrela”, de Zé Violão e Carrapicho; “É Noite, Morena”, de Hervé Cordovil e René Cordovil; “Casório Lá No Arraiá”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal; “Pedalando”, de Bené Nunes e Anselmo Duarte; “Vai Comendo Raimundo”, de Petrus Paulus e Ismael Augusto; “Papel Fino”, de Mirabeau, Cid Ney e Don Madrid; “Tempo de Criança”, de João de Souza e Ely Turquino; “Nossa Toada”, de Carlos Matos e Luis Carlos, e “Meu Papai”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal, além de “Zé Da Banda”, de Alencar Terra; “Com Pandeiro Na Mão”, de Manoel Pinto, D. Airão e Jorge Gonçalves; “Vapô De Carangola”, de Manezinho Araújo e Fernando Lobo; “Orgulhoso”, de Mário Zan e Nhô Pai; “Queria Ser Patroa”, de Aldari De Almeida Airão e Manoel Pinto; “Cabeça Inchada”, de Hervé Cordovil; “Beijinho Doce”, de Nhô Pai, e “Sabiá Lá Na Gaiola”, de Hervé Cordovil e Mário Vieira, todas essas últimas interpretadas em dueto com a cantora e atriz Eliana.

Em 2012, passou a integrar o grupo As Cantoras do Rádio, em sua nova formação, que estreou no show “MPB pela ABL – A volta das cantoras do Rádio”, recita única no auditório Raimundo Magalhães Jr., todas acompanhadas por Fernando Merlino,  com apresentação, criação e roteiro de Ricardo Cravo Albin.

Em 2014, participou, juntamente com as cantoras Lana Bittencourt e Ellen de Lima, do espetáculo “A Noite – Nas ondas da Rádio Nacional”, apresentado no teatro Rival BR.

No ano passado, apresentou-se na sexta-feira, no Domingo e na Segunda Feira de Carnaval no Baile da Cinelândia, tradicional baile carnavalesco promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

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