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A sempre elegante CARMEN MAYRINK VEIGA

Partiu neste último domingo a sempre elegante CARMEN MAYRINK VEIGA, que faleceu em seu apartamento na Avenida Ruy Barbosa, no Rio de Janeiro.

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Tony e Carmen Mayrink Veiga

A sempre elegante CARMEN MAYRINK VEIGA. Partiu neste último domingo em seu apartamento na Avenida Ruy Barbosa, no Rio de Janeiro.

Sempre uma referência nacional em matéria de estilo e classe.

Nobres, diplomatas, personagens do grand monde comprovam seus dotes de hostes perfeita.

Com sua assinatura, um simples chá para amigas íntimas ou um jantar para dezenas de convidados se transformavam de momentos triviais em ocasiões inesquecíveis.

Possuía conhecimentos preciosos de quem sempre viveu intensa vida social.

Sabia tudo de De A a Z.

Sabia como receber bem, como criar pratos exclusivos, como não cometer gafes, como enfrentar saias-justas sem perder a compostura.

Sabia principalmente, como ser autêntica e elegante 24 horas por dia.

(texto brilhante do jornalista Luiz Carlos Lourenço Rio de Janeiro. Amigo de CMV).

 

Sobre Carmen Mayrink Veiga

A sempre elegante CARMEN MAYRINK VEIGA

Foto Divulgação

Filha de Maria de Lourdes de Lacerda Guimarães e Enéas Solbiati, nasceu numa tradicional família do sudeste brasileiro.

Pelo lado materno, é neta do barão de Arari e sobrinha-neta do barão de Araras.

Sua mãe era prima-irmã de Ana Paulina de Lacerda Guimarães, casada com Antônio Álvares Leite Penteado (depois titulado conde de Álvares Penteado, pela Santa Sé, na pessoa do papa Pio X).

Ambos eram pais de Armando Álvares Penteado, criador da Fundação Armando Álvares Penteado(FAAP). Sua mãe era também prima-irmã do senador Antônio de Lacerda Franco, banqueiro e fazendeiro.

O pai de Carmen, Enéas Solbiati, era um rico financista do interior de São Paulo.

Foi cônsul honorário do Reino da Itália.

Carmen, já famosa no mundo da moda, frequentadora assídua dos desfiles da alta costura francesa, atraiu a imprensa especializada como a Paris Match quando se casou, a 25 de junho de 1956, com o empresário Antônio (Tony) Alfredo Mayrink Veiga,.

Tony era filho de Antenor Mayrink Veiga e herdeiro de uma fortuna multimilionária. O casal teve dois filhos: Antenor e Tereza Antônia.

A empresa da família de Tony, a Casa Mayrink Veiga, foi representante de fornecedores de armamentos para o Exército Brasileiro e a Guarda Nacional, desde a época do Império do Brasil (1822-1889), acumulando vultosa fortuna durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), acumulação que prosseguiu até os anos 1980, quando a empresa se tornou também fabricante dos armamentos – segundo Tony, por pressão da Marinha – e iniciou sua trajetória descendente, até ser atingir o fundo do poço, em 1992, na sequência do Plano Collor (1991-1993).

Além disso, houve a quebra do conglomerado inglês Ferranti, em 1993, que devia muito à sua empresa.

Uma outra explicação para a derrocada da Casa Mayrink é que, com o fim da ditadura militar no Brasil, não foram renovados os polpudos contratos com o Exército, a Marinha e a Aeronáutica.

A família também era proprietária da rádio Mayrink Veiga, que foi fechada após o golpe militar de 1964.

Para pagar as dívidas, os Mayrink Veiga tiveram que se livrar dos bens, inclusive o retrato de Carmen, pintado por Cândido Portinari, em 1959.

“Não sinto falta dessas coisas. Aproveitei bastante e não me arrependo de nada”, diz Carmen.

“Mas vou ficar com saudade de meu Portinari”, completou.

O casal teve penhoradas centenas de obras de arte,tapeçarias persas exclusivas para realezas do século XVIII, um serviço de porcelana Imari para 200 pessoas, carros de luxo, incluindo seu Rolls-Royce 1951, e jóias pessoais, além de algumas propriedades rurais e urbanas, que foram leiloadas para saldar dívidas.

O destaque, no leilão realizado em 2007, foram onze obras do artista Milton Dacosta, cujo valor ultrapassou R$ 1,5 milhão.

O conjunto de jantar de porcelana japonesa alcançou R$ 420 mil.

Já o retrato de Carmen, pintado por Cândido Portinari e cujo valor inicial era de R$ 350 mil, não obteve lance e continua com a família.

O casal continuou por mais alguns anos em seu mega-apartamento de quase 1.000 metros quadrados na Praia do Flamengo, de frente para o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, ainda bem provido de peças de arte e decoração.

 

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