Lu Chagas: Você não pensou em usar uma câmera fotográfica?
Carol: Eu amo fotografia, já fiz curso e até tenho uma câmera muito boa, mas essas fotos e o impulso dos registros foram bem espontâneos, não planejadas, ali no dia a dia. Eu só senti as cenas do cotidiano na minha frente e usei o que tinha em mãos: o celular.
Lu Chagas: Qual foi a reação das pessoas ao livro?
Carol: Quando a minha equipe e pacientes viram as fotos, eles não acreditavam que eram eles ali! Que aquela imagem linda era a mão deles, o chão onde pisavam, o algodão que seguravam… eles se sentiram belos! E importantes! Fez eles perceberem que apesar de toda dor que existe ali, também existe beleza e que todo trabalho faz sentido! E isso transbordou em mim a alegria.
Lu Chagas: Imagino que você tenha feito muitas fotos. Como foi a escolha para o livro?
Carol: Comecei a selecionar as imagens que mais gostava. Escolhi apenas 40 fotos para imprimir. O resultado dessa coletânea foi tão legal, como resultado artístico e principalmente pela repercussão nas vidas dos que viram. Todos se sentiram tocados. Quis fazer um livro dessas fotos pra lembrar meus pacientes e colegas de que há beleza no caos!
Lu Chagas: E o que vem agora? Vai parar por aí?
Carol: A repercussão foi tão impactante que a minha ideia agora é levar a “câmera boa” para o trabalho e sempre que tiver uma chance quero continuar captando esses instantes. Que são tão efêmeros e tão belos! A poesia só existe porque há vida humana.
Lu Chagas: E onde podemos ver o livro?
Carol: Eu só imprimi dois exemplares, um fica no serviço a disposição de todo mundo que chega (funcionários, pacientes, familiares, prestadores de serviço…). Assim, um outro carrego comigo pra mostrar pra pacientes e familiares.