A Arte de Falar bem com Reinaldo Polito

Reinaldo Polito bate um papo descontraído, porém muito útil, com a colunista deste portal. Assim, Polito é Mestre em Ciências da Comunicação e ensina profissionais liberais, executivos e estudantes a arte da oratória há mais de 40 anos.

Igualmente, também, atua como professor de Comunicação Verbo-gestual nos cursos de pós-graduação em Marketing Político e Gestão Corporativa na ECA-USP há mais de 15 anos. Dessa forma, formou dezenas de milhares de alunos e, ainda, publicou 31 obras no Brasil e no exterior com mais de 1 milhão e quatrocentos mil exemplares vendidos.

O livro “Como Falar Corretamente e Sem Inibições” é a obra, no gênero mais publicada na história do país, frequentando constantemente o topo das listas dos mais vendidos. O livro “Superdicas para falar bem” foi um dos dez mais vendidos no Brasil de 2006 (Revista Veja). Lançou livros na Espanha, Colômbia, Itália, Portugal, México e Rússia

Polito, você escreve para muitos veículos e temas e linguagens diferenciados. Como você se prepara para entender cada formato?

Sim, cada veículo possui uma linguagem própria, de acordo com o perfil de seus leitores. Por isso, ao escrever procuro me adequar a cada um deles.

Para a Revista Simples, por exemplo, escrevo histórias pessoais que possam levar algum tipo de mensagem. Ou seja, não se joga conversa fora. Cada narrativa tem sua razão de ser.

O UOL possui analistas políticos de referência. Nesse veículo escrevo sobre a comunicação dos políticos, mas não entro na análise política. Procuro observar os eventos relevantes da semana e identificar qual foi o papel da comunicação naquele episódio. Mesmo assim, os leitores nem sempre entendem. Se menciono o nome do Bolsonaro, de um ministro, de um governador já interpretam como se a minha discussão fosse sobre as atitudes deles, e não apenas a respeito da comunicação. Em vários textos fui chamado de “mortadela” e “bolsominion” ao mesmo tempo.
Na Jovem Pan tenho mais liberdade. Fui contratado para falar de comunicação, comportamento e política. Com esse espectro mais abrangente a opção também é mais ampla.

A Arte de Falar bem com Reinaldo Polito

A Arte de Falar bem com Reinaldo Polito

No Diário de São Paulo procuro desenvolver textos bem atuais, que tratam de notícias do momento. Afinal, é um jornal diário e os leitores anseiam por novidades. Além das informações, também faço uma adaptação na linguagem – mais leve, mais contundente, mais reflexiva, de acordo com o veículo.

Hoje temos uma onda forte de profissionais trabalhando com a CNV – Comunicação Não Violenta. Em que casos ela é eficaz, e quando é preciso usar outras formas com agressividade, ou não são válidas?

Sim, virou moda. Alguns, como a Rachel Polito, que você entrevistou recentemente, pesquisam o tema e tratam da matéria com bastante seriedade. Outros, ao contrário, não têm a mínima ideia de onde o galo cantou, e vão na onda. Tratar desse assunto com leviandade é mi-mi-mi e não conquista o respeito das pessoas.

Você pode ser firme, incisivo, até contundente, sem ser agressivo. A agressividade atemoriza e afasta aqueles com quem nos relacionamos. Não há vantagem em se expressar com esse tipo de comportamento.

A pandemia nos tornou muito digitais. A linguagem corporal ficou limitada a uma tela. Quais os cuidados que devemos ter para que essa experiência tenha um bom impacto em todos os envolvidos?

Eu e a Rachel escrevemos um livro exclusivamente sobre esse tema – “Comunicação a distância – o que não fazer”. É um livro digital vendido só pela Amazon. Nessa obra mostramos principalmente o que as pessoas devem evitar para que a comunicação a distância seja eficiente.
Sobre a linguagem corporal ser limitada na tela, você tem razão, pois há mesmo essa restrição. Por outro lado, ainda que os gestos não sejam vistos, é importante que estejam presentes na comunicação, já que além de ajudar no ritmo da fala, dá flexibilidade ao tronco, quebrando assim a rigidez da postura.

A preocupação maior deve ocorrer com a comunicação visual – aprender cada vez mais a olhar para a câmera e com a comunicação facial, pois é a parte mais expressiva do corpo e na tela sempre a mais visível.

Dos livros que você escreveu, quais podemos citar como de cabeceira de cama, ou seja, ler sempre para não esquecer?

O último livro que escrevi com a Rachel é o mais atual e traz tudo o que importante para a comunicação nos dias de hoje “Os segredos da boa comunicação no mundo corporativo”. Tudo o que o leitor quiser saber sobre comunicação pessoal, na vida corporativa e nos contatos remotos, pela tela, está ali numa linguagem simples, didática e direta.

Quem são seus ídolos na comunicação, se puder escolher 2 personalidades que você tem estima pela forma como interagem.

Tenho muitos amigos palestrantes que são comunicadores excepcionais. Conseguem segurar plateias numerosas por até duas horas, sem que se mexam na cadeira. Para citar alguém conhecido, fico com Silvio Santos – esse é o rei da boa comunicação. Na política vou mencionar um ex-aluno, Roberto Jefferson – um craque do microfone.

Técnica e naturalidade, as duas são importantes? Chega um momento em que a perfeição da comunicação fica natural com estudo e disciplina?

Quando o orador aprende a desenvolver a sua própria técnica de comunicação, significa que encontrou o caminho. Eu nunca imponho nenhuma técnica a uma pessoa. Analiso quais são as suas características pessoais e permito que ela aflore espontaneamente o que possui de melhor. Assim, irá se valer da técnica sem se preocupar com ela.

Seus cursos, conte-me um pouco das novidades…

Substituí todas as aulas presenciais por cursos remotos. O resultado é infinitamente melhor. Consigo dar mais teoria, mais exercícios, fazer mais gravações e avaliações. O aluno aprende mais rápido e de forma mais eficiente. Há grande diferença entre os treinamentos remotos e os virtuais. Quem tentar fazer cursos a distância da mesma maneira como age no presencial irá fracassar. São atividades distintas.

5 erros que não podemos cometer em uma palestra com público.

Falar sem avaliar bem quem são os ouvintes. Ou seja, não fazer uma leitura adequada do público. Durante a apresentação é possível descobrir pelo contato visual se não nos equivocamos na análise da plateia. E diante das pessoas fazer um ajuste de percurso.

Usar humor em excesso ou com falta. Quem exagera nas brincadeiras corre o risco de se tornar vulgar. Quem deixa de brincar, perde a oportunidade de interagir com os ouvintes. Usar vocabulário inadequado. Por exemplo, falar com termos técnicos para leigos. Não organizar o raciocínio de maneira lógica e concatenada, com começo, meio e fim.

Um sonho que você gostaria de realizar?

Tenho tantos. Assim, um permanente é o de ter sempre inspiração e criatividade para continuar escrevendo. Saber que milhares de pessoas leem as minhas reflexões é um prazer inenarrável. Mesmo que não concordem. Só o fato de pensarem comigo já me realiza.

Enfim, como os leitores poderão encontrá-lo?

Pelo Instagram @polito

 

Fotos: Divulgação 
Fonte: Indie Bossa Produções
Edição: Redação Na Mídia
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Com mais de 20 anos de experiência em negociações, comunicação e gerenciamento de equipes vinculadas a grandes projetos.Foi agraciada em 2014 com o Prêmio Excelência Mulher Fiesp/Ciep, época que produzia e apresentava a TVSA, uma televisão vanguardista na internet, com pautas voltadas às empresas e instituições que transformavam a vida das pessoas. https://www.youtube.com/watch?v=oThYANwoDygProduziu discos em parceria com a gravadora de Roberto Menescal, trabalhou na executiva das duas tours de 2016 e 2018 do Andrea Bocelli no Brasil além de fazer a locução oficial nos estádios da turnê. Ainda atuou como diretora executiva de vídeo-clip ao lado do renomado Cineasta Edu Felistoque. Em Março de 2020 lançou o EP Insensatez em todas as plataformas digitais. Diretora da Indie Bossa Produções, Gerente de Negócios do Blue Note no Brasil e Apresentadora do Programa Mi Convida, é uma mulher que tem voz ativa, trabalha com foco e está sempre em busca de novos caminhos e acredita que comunicar bem, é uma chance grandiosa de aproximar pessoas, marcas e os diversos segmentos da arte, cultura e economia.

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