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Sexta-feira 13: o dia em que os Templários caíram

Durante quase dois séculos, a Ordem dos Cavaleiros Templários protegeu os cristãos que peregrinavam em direção à Terra Santa.

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1314, Jacques de Molay (c. 1244 - 1314), the 23rd and Last Grand Master of the Knights Templar, is lead to the stake to burn for heresy. He is shouting to Pope Clement and King Philip that they will face 'a tribunal with God' within a year. They both died soon (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

Sexta-feira 13: o dia em que os Templários caíram. E nós ganhamos o fardo do seu azar. Eram tempos difíceis para os cristãos.

No século XI, após conquistarem a Península Arábica e Jerusalém, os muçulmanos marcharam para Constantinopla e ameaçaram a sobrevivência da Igreja Ortodoxa.

Para ajudar os fiéis do Oriente – e vendo uma oportunidade de unir as Igrejas do Ocidente e do Oriente sob a sua liderança – o papa Urbano II convocou os cristãos para uma guerra contra os muçulmanos.

Portanto, tudo isso a fim de reconquistar a Terra Santa, em um dos discursos mais famosos da Idade Média: o Concílio de Clermont-Ferrand

E esse é o exato momento histórico no qual a primeira Cruzada tem início, partindo da Europa cristã para combater os muçulmanos no Oriente.

Pela primeira vez, o papa, um líder religioso, uma vez à mercê de bárbaros e dependendo de reis para garantir a sua proteção, erguia um exército e comandava uma guerra.

Assim, o primeiro a atender o chamado do papa foi o fidalgo francês, natural de Champanhe, Hugo de Payens.

Sexta-feira 13: o dia em que os Templários caíram

Com o apoio de mais 8 cavaleiros e o aval do rei Balduíno II, de Jerusalém, ele fez nascer a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

Portanto, esta Ordem,  cujos membros eram conhecidos por Cavaleiros Templários.

Dessa maneira, por quase dois séculos durante a Idade Média (1118-1312), a Ordem dos Cavaleiros Templários existiu com o propósito de proteger os cristãos.

Cristãos, estes, que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista.

Vistos com grande prestígio na Europa, quem entrava na Ordem dos Templários tinha de fazer um voto de pobreza e castidade.

Além de entregar todos os seus bens e todo o dinheiro à organização, que ganhou um poder financeiro imensurável.

Mas 118 anos mais tarde, em 13 de outubro de 1307, os cavaleiros conheceram um fim sangrento, e nós ganhámos o fardo do seu azar. 

No século XIII, o monarca mais poderoso da Europa era o Rei Filipe IV, da França.

E em uma quebra de braço entre a coroa francesa e o papado, Filipe VI conseguiu manipular o Conclave.

Manipular para que o Cardeal francês Bertrand de Gouth fosse eleito o novo papa Clemente V, em 1305.

Para solidificar ainda mais o seu poder e influência sobre o Trono de São Pedro, Filipe IV exigiu que o papa deixasse Roma e mudasse a sede da Igreja para a França.

Para a cidade de Avinhão, iniciando um período na histórica que ficaria conhecido para sempre como o “Cativeiro de Avinhão”.

Durante os próximos quase 70 anos, o papado operaria longe de Roma, sob o controle da França.

Tornando-se uma mera marionete política nas mãos dos reis franceses, enfraquecendo o poder da Igreja Católica em toda Europa.

O papado em Avinhão, longe dos ossos de São Pedro e do legado espiritual deixado pelo Apóstolo – que consiste no próprio fundamento da Igreja Católica -, perdeu sua autonomia.

E sua autoridade religiosa em toda Europa. Por outro, lado, sob a proteção e apadrinhamento da coroa francesa, a instituição floresceu em riqueza e bens materiais. 

Sexta-feira 13: o dia em que os Templários caíram

Filipe IV, o Belo, não gostava do poder que os Templários tinham acumulado ao longo dos anos.

Profundamente endividado com a Ordem, começou a pressionar o papa Clemente V a tomar medidas contra eles.

Dessa forma, tentando convencer o Pontífice a acusar os Cavaleiros de crimes de heresia, imoralidade e sodomia. 

A tarefa não era fácil, porque Clemente V sabia que a sua aliança com os Templários era útil para manter uma presença militar bem sucedida na Palestina.

Porém, os boatos que já circulavam sobre os Templários – nenhum suportados por fatos – e espalhados com muito afinco pela coroa francesa, começavam a denegrir a imagem da própria Igreja.

Temeroso de que se continuasse a defender a Ordem, também a sua boa imagem seria arrastada pela lama, o papa acabou cedendo à pressão do rei.

Aconselhado pelo ministro Guillermo de Nogaret, na época uma mera marionete dos interesses e ambições francesas, Filipe IV mandou redigir a ordem de prisão dos Templários em 14 de setembro de 1307.

E,por fim,  enviando  uma carta a todo o reino com instruções claras para que só fosse aberta no dia 13 de outubro daquele mesmo ano. Era uma sexta-feira.

E, naquele dia, a Ordem caiu. Jacques de Molay, último grão-mestre dos Templários, foi preso junto com os demais Cavaleiros, e todos os bens foram confiscados pela Inquisição. 

Direito Canônico

Alguns foram condenados de acordo com o direito canônico, o mais pesado, enquanto outros ficaram em prisão perpétua.

Em 1314, antes de serem atirados à fogueira, Jacques de Molay vaticinou: “Deus sabe que nos trouxe para o limiar da morte com grande injustiça.

Em breve virá uma enorme calamidade para aqueles que nos condenaram sem respeitar a verdadeira justiça. Deus vai retaliar a nossa morte. Vou perecer com essa garantia”.

E debaixo desta maldição viveram o rei Filipe IV e o Papa Clemente V, que morreram apenas um ano depois.

Leia mais em: https://namidia.com.br/poder-e-historia-por-tras-dos-muros-do-vaticano/

 

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