Queda do PIB foi menor do que a prevista.
O pior da crise provocada pela pandemia parece ter passado, disse inicialmente, o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Em entrevista coletiva para explicar portanto, a nova projeção fiscal, ele disse que o PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país) está caindo menos que o previsto.
“A economia não teve uma queda tão intensa como o esperado.
O fundo do poço foi em abril, e diversos dados mostram dessa forma, recuperação a partir de maio”, disse o secretário.
Segundo ele, essa foi a principal razão para a equipe econômica ter mantido em 4,7% a estimativa de contração do PIB para 2020.
Divulgada na semana passada, a projeção de encolhimento de 4,7% do PIB consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, enviado hoje ao Congresso Nacional.
O documento elevou a previsão de déficit primário nas contas públicas para R$ 787,45 bilhões em 2020.
O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.
A pandemia do novo coronavírus, que provocou a elevação de gastos com medidas de ajuda à economia e de combate à doença, elevará o rombo nas contas públicas neste ano.
Receitas
Além do aumento dos gastos, a queda na arrecadação decorrente do achatamento da renda e da retração na economia influenciará o déficit primário.
A última versão do relatório reduziu em R$ 17,62 bilhões a previsão de receitas líquidas para o governo federal neste ano.
De acordo com Rodrigues, a queda foi pequena, se comparada ao total das receitas líquidas da União estimadas para 2020, de R$ 1,195 trilhão.
O relatório anterior, apresentado no fim de maio, tinha reduzido a previsão de receitas líquidas da União em R$ 111,25 bilhões.
Em relação ao novo documento, que apontou diminuição adicional de R$ 17,62 bilhões, Rodrigues disse que a queda se concentra em receitas administradas (impostos e contribuições).
Principalmente a redução a zero do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para estimular o crédito.
Teto de gastos
Embora aponte elevação do déficit primário, o relatório prevê folga de R$ 2,804 bilhões no teto federal de gastos neste ano.
Segundo Rodrigues, isso ocorreu porque a maior parte das novas despesas relacionadas ao combate à pandemia está sendo feita por meio de créditos extraordinários ao orçamento.
Justamente os que estão fora do cálculo do teto.
Desde a divulgação do relatório anterior, no fim de maio, o governo editou 11 medidas provisórias com créditos extraordinários, no total de R$ 235 bilhões.
Queda do PIB foi menor do que a prevista
As maiores despesas foram a prorrogação do auxílio emergencial por dois meses, no total de R$ 101,6 bilhões, e o pacote de ajuda a estados e municípios, de R$ 60,15 bilhões.
Fonte: Wellton Máximo/Agência Brasil Edição: Nádia Franco
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom – Ag Brasil
Leia também: Ministro das Comunicações diz que 5G será o assunto em 2021