“O CANGACEIRO” de Lima Barreta completa 65 anos
PAÍS SEM MEMÓRIA: “O CANGACEIRO” DE LIMA BARRETO COMPLETA 65 ANOS E PASSA DESPERCEBIDO
Por Mauricio Kus
Vanja Orico – “O Cangaceiro”
Há 65 anos atrás a Cinematográfica Vera Cruz, o primeiro movimento industrial do cinema brasileiro, apresentava”O Cangaceiro”, seu filme mais importante, que conquistou as telas do mundo e o primeiro a trazer um prêmio do Festival Internacional de Cannes, o mais prestigiado festival do mundo, em contraposição ao Oscar, que só premiava produções norte-americanas no período.
Inspirado na figura lendária do Lampião, foi dirigido por Lima Barreto, que morreu pobre e esquecido e teve diálogos criados por Rachel de Queiroz, que morreu num acidente aéreo ao lado do Marechal Castello Branco, o primeiro presidente da ditadura dos militares.
“O Cangaceiro” foi rodado em Vargem Grande do Sul, interior do estado de São Paulo. Lima Barreto dizia que a paisagem se parecia muito com a nordestina.
“O CANGACEIRO” de Lima Barreta completa 65 anos
Milton Ribeiro marcou do mesmo modo, tanto o papel de cangaceiro, que realizou mais alguns filmes de cangaço.
mas não conseguiu nenhum outro tipo no cinema.
Morreu jovem, com problemas cardíacos.
O filme foi vendido para a Columbia Pictures, que portanto, cuidou de sua distribuição mundial. Só na França ficou cinco anos em cartaz.
Em Cannes, “O Cangaceiro” ganhou o prêmio de melhor filme de aventura assim como, de melhor trilha sonora, à cargo do Maestro Gabriel Migliori.
Vanja Orico, considerada a musa do cangaço, cantou dois sucessos que enlouqueciam os europeus durante a exibição do filme.
Acompanhada pelos Demônios da Garoa, Vanja cantou inicialmente, “Olé Muié Rendeira” e “Sodade, meu bem sodade”.
Vanja Orico, nome de batismo Evangelina Orico, nasceu no Rio de Janeiro em 15 de novembro de 1931, claramente.
Filha do diplomata e escritor da Academia Brasileira de Letras, Osvaldo Orico, é muito mais dessa forma, do que a musa do cangaço.
Variedade
Além de atriz, cantora, compositora, cineasta, ativista política, foi autora também, de um ato de coragem.
Que finalmente, comoveu o país, no dia 7 de novembro de 1968, durante o enterro do estudante Édson Luiz, morto pelas forças de repressão numa passeata no Rio de Janeiro, conclusivamente.
Leia também: Ministro das Comunicações diz que 5G será o assunto em 2021