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Novidade no centro de São Paulo: Mandioca Cozinha

Mandioca, inhame, aipim, macaxeira, pão da terra, rainha do Brasil.Muitos apelidos, uma só raiz.

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Mandioca Cozinha

é novidade no centro de São Paulo

Restaurante temático explora versatilidade da mandioca e traz receitas de diferentes regiões do país, como tucupi, pirão, bobó, sagu e destilados, como a tiquira

Mandioca, inhame, aipim, macaxeira, pão da terra, rainha do Brasil.Muitos apelidos, uma só raiz.

Soberana na culinária brasileira, a mandioca ganha um restaurante inteiramente dedicado a ela no centro da cidade de São Paulo.

O Mandioca Cozinha, restô da chef pernambucana Madu Melo, recém-inaugurado na Vila Buarque, novo polo gastronômico da capital.

A casa explora todas as facetas gastronômicas dessa planta 100% nacional e 100% aproveitável, com receitas caseiras, glúten free, opções veganas, uso de ingredientes sazonais e preferencialmente orgânicos e agroecológicos.

Em todo o menu, carta de bebidas, com direito a suco e destilado de mandioca, e até mesmo em alguns itens do décor, como louças verdes, com copos sustentáveis e recicláveis feitos com amido de macaxeira, a estrela é a mandioca.

Mandioca Cozinha, restô dedicado ao mais brasileiro dos ingredientes. Novidade no centro de São Paulo. Crédito das fotos: Mauro Holanda.

A casa traz receitas das cinco regiões do país, com os diferentes tipos de mandiocas -mansa, branca e amarela, fermentada e não-fermentada; segundo o Embrapa, são 250 tipos catalogados no Brasil – e uma dezena de variações de subprodutos e usos.

Dentre eles, a farinha do Uarini (Amazonas), o tucupi amarelo (Pará), a farinha de copioba (Bahia), a de tapioca (com massa feita na casa) e outras farinhas de diferentes cantos do país.

“Do doce ao salgado, do bar ao restaurante, do café da manhã ao jantar, a mandioca está em todas as mesas brasileiras.

É um patrimônio cultural e o restaurante busca homenagear esse ingrediente tão versátil e saboroso de uma forma amigável e simples”, explica a chef e sócia Madu Melo, nascida em Recife e radicada há 10 anos em São Paulo.

Formada em Marketing e tendo atuado como executiva em multinacionais e empresa de bebidas, resolveu, depois de um período sabático de viagem e pesquisas a mais de 30 países, transformar a paixão em profissão.

Foi no exterior, depois de visitar a lista dos principais restaurantes estrelados Michelin e da Restaurant, que concluiu que nada era melhor que o simples e confortante Cozido da Vó Nenzinha (ensopado de carnes bovina e suína com legumes com pirão de carne e arroz).

Não por acaso, é o prato preferido da chef, receita de sua avó, cozinheira de mão cheia e sua inspiração primeira na gastronomia.

Num conceito informal e descolado, durante a semana, a casa não tem garçons e trabalhará com o conceito de autosserviço, o que impacta positivamente no preço final ao consumidor.

O cliente faz o seu pedido, retira-o na cozinha aberta, de onde se podem observar os preparos, leva para a mesa e recolhe sua bandeja.

Aos fins de semana e feriados, a casa terá garçons. O restaurante guarda alguns mimos aos clientes, como reposição sem limite de refrescos, sucos e o café da casa.

A proposta é ter uma boa relação custo-benefício, com pratos que variam de R$ 29,90 (preço do prato do dia, no almoço executivo de segunda a sexta) a R$ 45.

Outra preocupação da casa é refletir a diversidade étnica, de gênero e cultural, com uma equipe multicultural, tanto na cozinha quanto no salão.

Há vários imigrantes de países como Angola e Congo, vindos de uma parceria com o Adus (Instituto de Reintegração do Refugiado), bem como hostess e atendentes transexuais, selecionados por meio da Transempregos.

Menu

Da folha à raiz, tudo se aproveita para formar tapiocas, beijus, farinhas, polvilhos, caldos, mingaus, bebidas fermentadas e destiladas.

Mandioca significa literalmente “filha da tribo” (mani = filha, oca = local onde mora a tribo).

Diz a lenda que, no lugar em que morreu uma linda índia, nasceu uma planta. E ela foi, assim, chamada de “Manioca”.

Para os nossos primeiros habitantes, a mandioca tinha um status próximo do sagrado. Era o bem mais valioso de uma tribo.

Tanto que, quando era preciso mudar a aldeia de lugar – por causa de guerras ou exaustão de terras -, era costume transformar todo o mandiocal em farinha e levá-lo na viagem.

A técnica de preparar a extração da mandioca-brava (ou mandioca-amarga, por causa do ácido cianídrico) é complexa e se deve aos índios, que tiraram o seu veneno através da exposição ao sol e do cozimento por um bom tempo.

Não por acaso, essa raiz branca e de casca escura já foi chamada de “rainha do Brasil” pelo historiador Luís da Câmara Cascudo e de “pão da terra” pelo padre Anchieta.

O prato Frango do Cerrado é uma galinhada de frango composta por pequi, castanha de baru, angu de mandioca e quiabo chapeado. MAURO_HOLANDA_photographer

Percurso Gastronômico

Inicialmente, funcionando apenas no horário do almoço, a casa trabalha com preços promocionais de prato do dia (R$ 29,90) e opções à la carte.

Para começar, há um Caldinho do Dia, sempre com um toque de mandioca na receita; o MPM (moela de galinha com pão caseiro de mandioca e molho) e o Caribéu Pantaneiro (ensopado de mandioca e carne de sol da casa).

Para quem está de olho na dieta, há uma opção de belisquete vegano e mais leve, os Beijus com Dips *

*(barquinhas de beiju de tapioca acompanhadas de molhos que variam semanalmente, como vinagrete de maxixe apimentado e homus de pinhão).

No almoço executivo, os pratos fazem um percurso gastronômico dedicado a diferentes Estados do país:

  • às segundas, é o dia do Bobó sem Mar (bobó vegano de castanha-de-caju com arroz de coco e farofa de dendê e talos de coentro);
  • às terças, o Frango do Cerrado (galinhada de coxa e sobrecoxa de frango com pequi acompanhada de angu de mandioca e quiabo assado);
  • às quartas, o Porco Sulista (mignon suíno preparado com melado de rapadura, farofa de pinhão e abóbora assada, ao estilo dos pampas);
  • às quintas, Mamma Brasiliana (nhoque de mandioca com legumes salteado no tucupi preto);
  • às sextas, Cozido da Vó Nenzinha (ensopado de carnes bovina e suína com legumes acompanhado de pirão de carne e arroz branco).
  • Aos sábados e feriados, a dica é a Delícia do Uarini (peixe assado na folha de couve, regado com tucupi, acompanhado de farofa de farinha do Uarini com pimenta cumari, castanha-do-pará e jambu).
  • Como sobremesas, a chef Madu Melo traz a Tapioca Ensopada (tapioca de coco fresco ralado, ensopada no leite de coco e adoçada com mel orgânico),
  • o Sagu Clássico (sagu de vinho tinto com creme de baunilha)
  • e o Pudim da Casa (pudim de mandioca com toque cítrico, calda de cumaru e crocante de castanha do Pará).

Harmonização

Para harmonizar, carta de cervejas artesanais brasileiras, com rótulos até com mandioca na composição.

É o caso da Colorado Cauim, de Ribeirão Preto, cerveja pilsen com adição de cereais, malte importado, lúpulo tcheco e mandioca.

Dentre as opções sugeridas pela chef, está a Cangaço’s Kingdom (Double IPA), da Caatinga Rocks (AL), seca, longa e amarga, rica em aromas e sabores cítricos, decorrente da utilização de fortes lúpulos americanos, ideal para harmonizar com pratos marcantes e apimentados.

A carta de vinhos 100% nacional foi assinada pela sommelière Camila Melo e traz opções de vinícolas de todas as regiões do país, com destaque para a Guaspari, de Espírito Santo do Pinhal (SP) e Rio Sol, de Petrolina (PE).

A carta de drinques contou com a consultoria do mixologista Rafael Vidiri (que trabalhou como chef de bar do Grupo Fasano e hoje é sócio do Quintal de Casa, em Bragança Paulista, interior do Estado).

Dentre as sugestões, estão refrescos com mandioca, drinques com tiquira, o destilado de mandioca, como Tiquira Tônica (tiquira, água tônica, gelo, limão, hortelã e mel de abelhas nativas) e o autoral Galo do Norte (cachaças branca e de jambu e cynar), releitura do clássico Rabo de Galo.

A casa só trabalha com rótulos nacionais, seja de cervejas, destilados ou vinhos.

A mandioca

Fonte de fibras e isenta de glúten, a mandioca é um poderoso carboidrato e oferece ainda vitamina C e minerais como o potássio, o magnésio e o cálcio.

A folha de mandioca, além de ter vitaminas A, B1 e C, também contém cálcio, fósforo, proteínas, hidratos de carbono e de ferro.

Não é à toa que se tornou ingrediente queridinho de esportistas e da turma glúten free, que trocou o pão pela tapioca.

Décor

Revitalizada por cafés e galerias badaladas, a Vila Buarque, essa microrregião entre a Santa Cecília e a República, reúne gente moderna que curte moda, design e boa gastronomia, mas com bons preços.

É nesse clima que se insere o Mandioca. O restaurante fica bem em frente à histórica Santa Casa de Medicina, no piso térreo de um simpático prédio residencial de tijolinhos.

Próximo de pontos históricos importantes da cidade, como o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), da Universidade Mackenzie e de galerias como a Pilar.

Em uma área de 161 m2, o arquiteto paulistano Vitor Loschavio aposta num ambiente industrial e, ao mesmo tempo, aconchegante, totalmente acessível para cadeirantes, com rampas de acesso e mesas mais largas, além da mesa comunitária.

Explorando elementos como o concreto, madeira e aço, piso de cimento queimado, tubulações aparentes, o projeto traz elementos de modernidade e um toque de pop art, com um enorme mural, de 12 metros, assinado por Enivo, um dos grafiteiros mais atuantes da cidade.

Haverá, ainda, exposições temporárias de artistas de todo o país, sob curadoria da chef e proprietária Madu Melo.

Os objetos expostos estarão à venda nesse período, dando um toque de galeria de arte ao restaurante, que celebra a raiz de maior uso no país, a mandioca. Unanimidade do boteco pé-sujo à alta gastronomia.

Serviço:

Mandioca Cozinha

www.mandiocacozinha.com.br

Endereço: Rua Doutor Cesário Mota Junior, 187

Vila Buarque – São Paulo -SP – CEP 01221- 020 (próximo ao metrô Santa Cecília)

Tels: 11 2936-9427 e 99282-7556 (whats app)

E-mail: contato@mandiocacozinha.com.br

Facebook: /mandioca.cozinha

Instagram: @mandioca.cozinha

 

 

 

 

 

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