“Maysa dos Pobres” lança fotobiografia. A obra fotobiográfica – com quase 400 paginas – retrata histórias e até tragédias pessoais da artista Marion Duarte que tem a cara do Brasil: flagrantes em imagens da carreira dessa trabalhadora suburbana, descendente de imigrantes.
Marion Duarte iniciou a carreira artística no Inverno de 1957. Época em que apenas 15% dos lares (a maioria abastados) possuíam televisão, no Rio de Janeiro e não havia transmissão entre cidades.
A época de ouro do rádio passou, mas, permaneceu viva na memória e no coração dos que curtiram os áureos tempos.
Marion Duarte encontra esses fãs remanescentes, que a reconhecem, abordam e relembram saudosos desse fascinante e passado.
PRÊMIOS
Marion foi a Cantora Revelação 1958, Favorita dos Bombeiros, premiada nos programas de César de Alencar (Rádio Nacional) e Abelardo Barbosa (Rádio Globo), homenageada ao lado de Tom Jobim no Teatro Municipal, cinco vezes mais popular que João Gilberto mesmo após ‘Chega de Saudade’ e vocalista do conjunto de Sylvio Vianna.
Sucesso na arte do efêmero: rádio, palco, TV pré VT. Os seus discos (78 RPM), não ilustravam os belos olhos turquesa/esmeralda, ficando nos jornais e revistas, principalmente ‘fan magazines’, os únicos registros da notável beleza de Marion Duarte.
Tempo em que assistir artista na telinha ou pessoalmente, era para obstinados ou privilegiados.
Muito popular, a artista era dona de grande apelo junto à classe trabalhadora, recebendo a designação de “Maysa dos Pobres”: sua imagem alcançava e encantava a todos.
Sempre a margem de “novas ondas” ou “grupos fechados” na classe artística, permaneceu independente e fiel a si mesma.
Por amor, interrompeu carreira temporariamente pelo casamento. Mas, a arte e o carinho dos fãs falou mais alto e a volta foi inevitável.
“Maysa dos Pobres” lança fotobiografia
Em caravanas culturais pelos bairros, ou em turnês de Norte a Sul do país, se apresentou em inúmeros eventos como a inauguração do primeiro hotel de Brasília e abertura do espetáculo de Ella Fitzgerald no Maracanãzinho;
Presença marcante em festivais (principalmente carnavalescos) é a coautora de ‘Bola Preta Sensacional’.
Já foi condecorada pelas Escolas de Samba Mangueira, Mocidade, Império Serrano e União da Ilha, além das rádios Roquette Pinto e Neno;
Uma das mais belas e competentes figuras femininas na história da música popular brasileira, foi exclusiva da Rádio Tupi, figurou nas capas das principais publicações da época e teve seu próprio programa: ‘A Boneca Que Canta’.
Com a ascensão da Bossa Nova, Jovem Guarda e Tropicália, os cantores de rádio perderam espaço, o que coincidiu com um hiato na carreira da artista.
Porém, nos anos 1970, no ápice do movimento da nostalgia, Marion Duarte retomou a carreira.
A nova e ininterrupta fase caiu nas graças de críticos contemporâneos como Aramis Millarch, e Marion também cantou no aniversário do Flamengo, seu time de coração.
Estes e tantos outros memoráveis momentos estão ilustrados em ‘Marion Duarte: A Estrela Inesquecível’, de Gui Castro Neves.
Serviço
Dia: 28 de Novembro
Lançamento: Sede Social do Flamengo – Lagoa- Av. Borges de Medeiros, 997, Lagoa – Rio de Janeiro
Horário: Das 18h às 21h
Valor do livro: R$ 40,00 (quarenta reais)
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