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Galeria São Paulo Flutuante e a Mostra “Transmutação”

“Transmutação”. Este é o nome da exposição que reúne cerca de 100 obras de cinco ceramistas que ocupará a Galeria São Paulo Flutuante a partir de 18 de setembro.

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Galeria São Paulo Flutuante e a Mostra “Transmutação”

GALERIA SÃO PAULO FLUTUANTE REÚNE OBRAS DE CINCO CERAMISTAS NA MOSTRA “TRANSMUTAÇÃO”

Com curadoria da marchande Regina Boni e do artista Manu Maltez, peças selecionadas de Shoko Suzuki, Megumi Yuasa, Ivone Shirahata, Rafael Kenji e Nadia Saad integram a exposição que se abre ao público em 18 de setembro e ficará em cartaz até meados de novembro

“Transmutação”. Este é o nome da exposição que reúne cerca de 100 obras de cinco ceramistas que ocupará a Galeria São Paulo Flutuante a partir de 18 de setembro.

Inaugurado na Barra Funda em 27 de fevereiro deste ano com a mostra “O Templo do Cachorro Azul”, o espaço, que pertence à marchande Regina Boni e a seu sócio, o artista Manu Maltez, acolherá trabalhos representativos das trajetórias e dos estilos dos artistas que integram a mostra, os quais foram escolhidos, como diz Regina, “a quatro olhos”.

Ela e Maltez assinam a curadoria do conjunto de peças assinadas por Shoko Suzuki, Megumi Yuasa, Ivone Shirahata, Rafael Kenji e Nadia Saad, nomes que ela considera os mais importantes da atualidade nessa modalidade de expressão artística.

Em relação à escolha da cerâmica como protagonista, Regina diz ser fã, ela própria, “dessa arte da terra, desse trabalho e desse conteúdo que têm o silêncio entre suas qualidades”. Enquanto marchande, conta que a cerâmica tem mercado e valor. “No contexto das artes plásticas, há um importante papel para essa forma de expressão de estética fina e subjetiva cuja produção é lenta e pequena e os artistas atravessam as horas trabalhando o intimismo”, afirma.

Galeria São Paulo Flutuante e a Mostra “Transmutação”

Obras que integram a nova mostra da Galeria São Paulo Flutuante / Foto: Romulo Fialdini

Maltez endossa as palavras de Regina e complementa: “A produção de cerâmica tem crescido muito, notadamente com a chegada da pandemia, cujo período de confinamento inicial propiciou que as pessoas buscassem um contato mais estreito com a natureza, com o barro, direcionando seu tempo e criatividade para o exercício dessa arte e permitindo esse reencontro com a terra”.

Quanto aos nomes reunidos, Regina destaca o de Shoko Suzuki, que será a ceramista homenageada pela exposição e terá quatro peças expostas que foram cedidas por colecionadores, mas que não estarão à venda. Sobre ela, Regina conta que, ao migrar do Japão para o Brasil no começo dos anos 1960, trouxe do país asiático técnicas seculares de queima do barro. Práticas que consagraram a artista no cenário das artes plásticas e que ela transmitiu, também, a uma de suas discípulas, Ivone Shirahata, que integra a exposição.

Esse inter-relacionamento entre os cinco expositores também é uma das características da mostra. Além do vínculo entre Shoko e Ivone, o artista Megumi Yuasa também dá aulas no ateliê de Nadia Saad e de Ivone, conta Maltez. “Todos eles têm um fazer em comum, sobretudo por conta dos fornos presentes nos ateliês”, explica.

Novembro

Em relação à escolha da palavra ‘transmutação” para a mostra que ficará em cartaz até meados de novembro, Maltez diz que a ideia foi de Yuasa. De acordo com esse experiente escultor e ceramista, muito além das definições encontradas no dicionário que remetem à mudança de elementos químicos e núcleo molecular em outros, o termo também tem o significado de transmutar dimensões, tornando um local atemporal no espaço do cotidiano.

“No caso da cerâmica, existe uma transmutação de rochas cristalinas em argila por meio do tempo e consequente decomposição do material. A terra, que é argila, transfigura-se ao longo da história da civilização e da cultura do homem em outros materiais, inclusive em fontes de energia. São essas transmutações que permeiam todo o processo do fazer cerâmica”, afirma.

Para Regina, o nome escolhido remete não somente s à transformação do barro em arte, mas, também, ao tempo em que tudo se acomoda, às mudanças da própria da vida e também ao seu próprio recomeço neste novo espaço na Barra Funda.

Serviço

TRANSMUTAÇÃO

Onde: Galeria São Paulo Flutuante
Endereço: Rua Brigadeiro Galvão, 130, Barra Funda, São Paulo/SP
Inauguração: 18 de setembro (sábado), das 11h às 18h
Horário de visitas: às terças, das 14hàs 18h; às quartas e aos sábados, das 10h às 18h
Tels: 11 91036-3054 e 94535-6422
Site: www.saopauloflutuante.com
Instagram: @sp_flutuante
Facebook: spflutuante
Agendamento: saopauloflutuante@gmail.com ou, ainda, via whatsApp (11910363054)

SOBRE OS CERAMISTAS

Shoko Suzuki

Nascida em Tóquio (Japão) em 1929, ainda em sua terra natal fez sua primeira exposição aos 26 anos de idade. Chegou ao Brasil em 1962, trazendo na bagagem a tradição medieval da queima a lenha (noborigama).

Com uma trajetória bem-sucedida, sua contribuição à cerâmica brasileira é indiscutível. Do Japão, trouxe, ainda, a busca incessante pela da perfeição formal, traduzida no cuidado da concepção, do modelado e da queima, além do hábito permanente de refletir sobre o significado da cerâmica e da arte.

Para os críticos, seu trabalho é uma discussão sobre os limites da técnica e o alcance possível da arte, como elemento construído da intuição e do saber. À sua maneira silenciosa, na sua discrição, a artista estabeleceu um padrão de excelência que emociona os que buscam uma efetiva elevação da sensibilidade e expansão da percepção.

MegumiYuasa

Escultor e ceramista autodidata, nasceu em São Paulo, em 1938.Iniciou-se nas artes plásticas em 1960 e, onze anos depois, frequentou (por seis meses) a Escola Brasila convite do desenhista, pintor, gravador e escultor Luiz Paulo Baravelli. Desde o início da carreira expõe seu trabalho assiduamente, no Brasil e exterior, inclusive nas 13ª e 14ª Bienais de São Paulo.

Está sempre presente nas mostras de artistas nipo-brasileiros, assim como nas exposições comemorativas da imigração japonesa no Brasil. Como artista, utiliza múltiplas linguagens como meio de expressão artística. Incansável pesquisador de materiais, além da cerâmica atualmente usa em suas obras materiais como metais, madeira e pedra.

Segundo o crítico Jacob Klintowitz, o artista é o mais refinado ceramista e um dos melhores escultores do país. No livro “O ofício da Arte: a Escultura”, ele escreveu: “MegumiYuasa destaca-se pela capacidade na elaboração de formas sutis, de relações harmoniosas e, paradoxalmente, inesperadas”.

Ivone Shirahata

Natural de Registro (interior de São Paulo), iniciou seu aprendizado na cerâmica em 1992, com o Mestre Lelé. Depois, estudou durante um ano com HidekoHonma e, em 2004, tornou-se aluna e discípula de Shoko Suzuki, algo considerado fundamental em sua formação.

Em 2006, inaugurou em Cotia o Ateliê Terra Bela, onde dá aula e desenvolve seu trabalho modelando objetos e utilitários manualmente ou no torno. Participou de diversas Mostras Coletivas de Arte Cerâmica e realizou sua primeira individual em 2013, com o tema “Origem” e dedica-se, atualmente, ao ensino das técnicas de modelagem manual e no torno em seu ateliê.

Rafael Kenji

Nascido em São Paulo, em 1987, formou-se, em 2010, em Design – Comunicação Visual pelo Centro Universitário Senac ENAC, onde teve aulas de desenho e gravura com o professor e artista Ernesto Bonato. Desde 2009é integrante do Atelier Piratininga, onde trabalha com desenho, xilogravura à contrafibra e gravura em metal, e sua pesquisa artística abrange, principalmente, a escultura cerâmica. Possui obras expostas dentro e fora do país e participou de bienais.

Nadia Saad

Artista visual brasileira que, há quase 40 anos, direciona seus estudos e experimentos ao trabalho com a cerâmica, visando à construção de manifestos visuais únicos. Os horizontes expressivos da artista também flertam com a bidimensionalidade, tanto no desenho como na aquarela.

Sua formação teve início com uma curta passagem pelo Sesc Pompeia, em São Paulo. Depois, partiu em busca de referências que se aproximassem das suas aspirações artísticas, encontrando-as na obra da ceramista Célia Cymbalista, de quem foi aluna por um ano e assistente por outros dois.

A partir desse contato, iniciou seu voo solo de criação e de pesquisa. No qual mobiliza tudo que encontra pela vida, e o seu espírito inquieto a leva a mundos tangíveis e intangíveis. Com base na sua formação em Psicologia e em sua longa experiência como artista visual, especialmente como ceramista, dá aulas em oficinas de cerâmica. Assim, através delas, tenta oferecer aos participantes todas as condições para que exercitem o potencial da imaginação. E, da mesma forma,  comecem a trilhar um percurso criativo próprio em formas moldadas em argila.

SOBRE A GALERIA SÃO PAULO FLUTUANTE

Embora seja um novo espaço dedicado às artes no bairro da Barra Funda, a Galeria São Paulo Flutuante tem passado. Em 2002, a aclamada Galeria São Paulo – endereço icônico que se localizava na Rua Estados Unidos – fechou as portas depois de 21 anos de intensa atuação.

Esta nova página na história da galeria remete, diretamente, ao desejo da marchande Regina Boni de democratizar o acesso à arte. “O mercado vive uma transformação e está cheio de expectativas.

Em 80, esse mesmo mercado foi surpreendido pela minha ânsia de querer criar algo novo. Assim, passados todos esses anos, está voltando para o meu colo novamente. Assim, quero caminhar em outras realidades, transitar por outras propostas estéticas, acolher um novo púbico e praticar novos preços”, diz ela.

Antigo depósito com 300 metros quadrados, o local passou por reformas e adaptações para acolher a galeria, que conta, em seu portfólio, com 16 artistas. Como o próprio Manu, Ângela Leite, Gregório Gruber, assim como, Luiz Paulo Bavarelli, Evandro Carlos Jardim, Rafael Kenji e Danielle Noronha, entre outros.

 

 

Fotos: Divulgação  / Romulo Fialdini
FonteErika Balbino
Edição: Redação Na Mídia
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