“Fórum de imersão” com o tema Sustentabilidade

Chamado “Fórum de imersão” e com o tema Sustentabilidade, um rito da Hospitalidade, o encontro reuniu 1/3 dos 65 integrantes da entidade

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“Fórum de imersão” com o tema Sustentabilidade.

BLTA E IBITI PROJETO ORGANIZAM UMA SEMANA DE DIÁLOGOS E IMERSÃO SOBRE ESG PARA SEUS ASSOCIADOS E CONVIDADOS

Chamado “Fórum de imersão” e com o tema Sustentabilidade, um rito da Hospitalidade, o encontro reuniu 1/3 dos 65 integrantes da entidade

A BLTA, juntamente com o Ibiti Projeto, organizou três dias de imersão entre 21 e 23 de março, reunindo associados e executivos de consultorias do setor de ESG (Environmental, Social and Governance) para analisar os movimentos da entidade e de cada associado individualmente em direção a práticas, desafios e oportunidades para um turismo mais regenerativo.

Com o nome de Sustentabilidade, um rito da Hospitalidade e capitaneado por Simone Scorsato, CEO da BLTA, e Cláudia Baumgratz, empreendedora do Ibiti Projetos e igualmente anfitriã do grupo que reuniu cerca de 35 profissionais, o fórum propiciou aos presentes uma troca generosa de experiências, expondo e analisando posturas mais amplas em direção de uma economia mais inclusiva e identificando que, juntos, os associados da BLTA são potências complementares.

Simone Scorsato abriu o encontro discorrendo sobre os caminhos percorridos até aqui enquanto instituição e os pleitos junto a iniciativas públicas e privadas ao longo dos últimos anos, ressaltando a percepção dos impactos positivos desse cenário por parte das clientelas brasileira e estrangeira.

O encontro também contou com apresentações e dinâmicas criadas por Mariana Madureira, diretora do Raízes Desenvolvimento Sustentável, e João Bernardo Casali, sócio-fundador da Nativa Brasil e conselheiro emérito do Sistema B, que dividiram com os executivos cases, estudos e possibilidades de uma economia com mais valores.

“Fórum de imersão” com o tema Sustentabilidade

Dentro da BLTA, por exemplo, por meio de uma auto análise individual de cada hotel, resultados marcaram que: 74% afirmam ter práticas sustentáveis, 57% têm envolvimento com o entorno/comunidades, reciclagem e energia solar já se tornaram práticas obrigatórias, 93% já reduziram o uso de plástico (eliminaram canudos e garrafas de plástico e amenities individuais).

Apesar de a evolução ser gradual, 42% dos associados encontram dificuldades em se inserir em projetos do entorno. A meta é ter “zero plástico”, além de contratações e parcerias ligadas à diversidade de gênero, raça e origem.

Uma questão colocada por todos é a importância de entender o Sistema B dentro do seu próprio empreendimento, mensurar e identificar vulnerabilidades e comunicar seus avanços de forma coerente.

“Fórum de imersão” com o tema Sustentabilidade

“Quando sugeri como tema Sustentabilidade, um rito da Hospitalidade, pensei na ótica da dádiva e sua tríade: dar, receber, retribuir, como um fluxo em que a sustentabilidade está inserida no contexto comercial da hospitalidade – ou seja, é um caminho sem volta. A sustentabilidade deve ser inserida nesse rito de bem-receber que tanto alentamos no turismo e acredito que o engajamento deva ser uma contribuição coletiva da BLTA para o setor”,  afirma Simone Scorsato.

Para Martin Frankenberg, ex-presidente, integrante do conselho da BLTA e empreendedor de turismo de natureza, muitas das questões desafiadoras que o turismo vive hoje e viverá nas próximas décadas relacionam-se ao fato de a natureza estar sempre colocada de lado. “Há uma desconexão muito grande dos viajantes com relação à natureza.

Função do Turismo

E a função do turismo em ecossistemas preservados é justamente fazer o viajante se reconectar com a natureza e consigo”, afirma. Frankenberg ainda ressalta que os recursos são escassos e distribuídos injustamente: “Um bom exemplo é o manejo do lixo. O que acontece com o lixo do seu hotel depois que você separa? Muitos vilarejos não possuem Plano Diretor de Manejo de Resíduo e algumas não têm reciclagem de vidro”, exemplifica.

Em uma provocação, ele cita a questão das garrafas long neck. “O que fazer com elas? Além disso, estando no Brasil, com tantas nascentes de água e recursos hídricos, até quando nossos hotéis irão importar caixas e caixas de água italiana?”

Muitos dos assuntos abordados foram exatamente por esse caminho: o detalhe que faz a diferença e movimenta em caminho a uma contribuição efetiva do turismo para o social.

Turismo de Excelência

Exemplos e pautas concretas baseadas na cocriação, em ter significado e em tomar decisões que não sejam razoáveis, mas efetivas, sem medo de ser considerado um ecochato, mas entender o papel da BLTA na vanguarda do turismo e do turismo de excelência foram o cerne de grande parte do encontro.

Nesse sentido, Cláudia Baumgratz discorreu sobre o desafio de administrar uma área de 6 mil hectares de Mata Atlântica que une projetos sócioambientais com o turismo de excelência.

“Dentre as nossas metas tangíveis está criar um índice de felicidade interna bruta. Não temos compromisso com o erro. Mudamos de rota quando necessário, por isso o Ibiti está sempre em movimento. É um corpo vivo e orgânico”, afirma.

Mariana Madureira, por sua vez, levantou pontos relevantes, como ter senso crítico de proporcionalidade de comunicação, a ampliação da capacitação não só dos seus, mas a inclusão de pessoas do entorno, independentemente de fazerem parte do time, pois o entorno faz parte do seu negócio social de forma transversal. “Esse modelo de gestão descentralizado, mais sociocracia, tem produzido bons exemplos”, afirma.

Uma lente na grande miopia

E continua: “O turismo é uma grande ferramenta para aumentar a paz e a tolerância no mundo. Viver outras vidas nessa vida é um grande trunfo. Quando você atua em comunidades, um dos primeiros trabalhos é inverter a ótica das visitas, pois, antes, é preciso que a nossa anfitriã tenha experimentado o que é ser recebida por alguém. Como ser anfitriã sem nunca ter feito turismo? Temos que colocar uma lente nessa grande miopia”, diz.

Já João Bernardo Casali foi categórico em relação do que ocorre em alguns meios, que é entender a neutralidade de carbono como uma porta de entrada para geração de impacto positivo no curso de sua atividade econômica e não somente zerar seus danos negativos já causados como se estivesse comprando o “direito de poluir”.

“O empresário do século XXI precisa ter coragem de tomar o risco de distribuir a geração de benefícios com outros stakeholders da sua cadeia de valor, impulsionar a inovação em sustentabilidade e se comprometer com a medição de impacto e a transparência”, defende.

Nesses dias de fórum alguns pontos foram comuns e muito discutidos entre os presentes, como a importância da curadoria e de sua manutenção, seja da procedência de seus prestadores de serviço, de como fomentar o negócio regional de pequenos empreendedores que não possuem nota fiscal ou mesmo empresa aberta, o papel do gestor que precisa assumir as suas escolhas e não entender o RH como um local de despejo de problemas e pessoas, como transformar benefícios como assistência médica em algo que funcione de fato mesmo em comunidades distantes, como o hotel urbano pode incrementar suas ações sociais inclusivas e sua autenticidade em territórios que possuem limitações geográficas.

Durante algumas dinâmicas os associados foram divididos entre Urbanos, Natureza e Litoral.

Tendo Alfredo Stefani, gerente-geral do Hotel B Brasília como porta-voz, os hotéis urbanos ainda abordaram uma questão de grande importância, que é a tomada de pequenas ações que sejam coerentes, além de um processo seletivo inteligente que traga qualidade e integração para a equipe. “Nem tudo deve ser levado ao RH.

Os gestores precisam estar imbuídos de sua responsabilidade com relação às pessoas que integram o seu time de trabalho. Não podem ser terceirizadas questões que poderiam e deveriam ser tratadas entre gestor e funcionário de forma mais dinâmica, direta e empática”, contextualiza Stefani.

O encontro terminou com a criação de um comitê para estabelecer diretrizes, um relatório de sustentabilidade por parte dos associados, um guia de manutenção e identificação dos valores da BLTA para os associados e novas demandas de integração e reforçou a intenção de ter uma nova edição do prêmio de sustentabilidade para 2024.

“É importante termos como mensurar esses impactos e ampliar a discussão para essa pauta, buscando agendas, parcerias de lastro, certificações (como o Sistema B) e reforçando a importância da procedência de fornecedores e seus serviços/produtos.

É fundamental para a BLTA reforçar as bases de uma gestão mais sustentável e diversa, assumindo e facilitando que a nossa brasilidade seja o pilar de sucesso quando falamos de excelência na hospitalidade. Esse é um trunfo do turismo brasileiro e acredito que estamos em um novo momento para discussões nos setores público e privado”, finaliza Simone Scorsato.

@brazilian_luxury_travel       www.blta.com.br

 

 

 

 

Fonte: E.Balbino / Assessoria de Imprensa
Edição: Redação Na Mídia
Fotos: Divulgação / Internet
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