Exposição “Quase Circo” de Carmela Gross

Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra abre para a visitação do público no dia 27 de março no Sesc Pompeia e propõe uma leitura panorâmica das obras da artista visual paulistana

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Exposição “Quase Circo” de Carmela Gross.

Sesc São Paulo apresenta a exposição Quase Circo, de Carmela Gross

Com curadoria de Paulo Miyada, a mostra abre para a visitação do público no dia 27 de março no Sesc Pompeia e propõe uma leitura panorâmica das obras da artista visual paulistana

A partir de 27 de março, a Área de Convivência do Sesc Pompeia recebe a exposição Quase Circo – Carmela Gross. Sob a curadoria de Paulo Miyada, a mostra da artista visual paulistana proporciona uma leitura abrangente de suas obras, evidenciando a diversidade de sua produção e sua contribuição para a arquitetura, história urbana e o panorama artístico contemporâneo.

A exposição destaca a convergência entre as criações de Gross e a arquitetura visionária de Lina Bo Bardi, oferecendo aos visitantes uma imersão nas obras da artista. Sem aderir a rótulos ou convenções, a narrativa visual apresentada por Carmela Gross desafia expectativas e convida os espectadores a explorar novas perspectivas.

A mostra reúne 13 obras, exibidas em grande escala, como a instalação “RODA GIGANTE” (2019), “ESCADAS VERMELHAS” (2012/2024), “O FOTÓGRAFO” (2001), “UMA CASA” (2007),” LUZ DEL FUEGO” (2018/2024), “FIGURANTES” (2016), “BANDO” (2016/2024), “ROUGE” (2018), “A NEGRA VERMELHA” (1997/2024), “BANDEIRA PIVÔ” (2024).

Além disso, os visitantes terão acesso a painéis luminosos, vídeos e desenhos na Área de Convivência, junto com duas obras anteriormente expostas no Sesc Pompeia: “RIO MADEIRA” (1990) e “ESTANDARTE VERMELHO” (1999). Destaca-se também a obra “GATO”, criada especialmente para a exposição e instalada nas passarelas do complexo esportivo, inspirada em um desenho de Lina Bo Bardi.

Exposição “Quase Circo” de Carmela Gross

Exposição "Quase Circo" de Carmela Gross
 A artista visual Carmela Gross e, ao fundo, a obra UMA CASA (2007) Foto: Everton Ballardin

Esta exposição é uma convergência. De um lado, a obra peculiar de Carmela Gross, que, ao longo de quase seis décadas, produz arte como uma forma singular de observar, deslocar e recombinar elementos do mundo, frequentemente utilizando os restos do crescimento urbano como matéria-prima. De outro lado, a arquitetura de Lina Bo Bardi, que encontrou no Brasil lições sobre trabalho, arquitetura e design populares, incorporando-as em sua própria arquitetura fundamentada em princípios modernistas”, destaca o curador.

Para o diretor regional do Sesc São Paulo, Luiz Deoclécio Massaro Galina, a iniciativa integra uma série de projetos expositivos sediados no Sesc Pompeia em anos recentes, com o intuito de revisitar produções históricas de nomes decisivos para a compreensão da arte brasileira.  “A obra de Carmela Gross se conecta com mais uma dimensão valorizada pela entidade, a saber, a sensibilidade aos espaços arquitetônicos e a seus usos múltiplos, inclusive no sentido de desafiá-los. Uma fábrica refundada enquanto centro de lazer e difusão artístico-cultural, em um período histórico de perda de função dos complexos industriais urbanos, é particularmente propícia para isso”, destaca.

A exposição fica aberta para visitação do público até o dia 25 de agosto de 2024 e conta com ações educativas ao longo deste período. Para acompanhar a programação, acesse: sescsp.org.br/quasecirco.

Sobre a artista

Os desenhos, objetos e instalações de Carmela Gross (São Paulo, 1946) dialogam com questões ligadas ao espaço urbano. A artista já participou de oito edições da Bienal de São Paulo, e de exposições individuais e coletivas, no Brasil e em diversos países: França, Estados Unidos, Rússia, Eslováquia, México, Colômbia, Espanha, Chile e Itália, entre outros. Tem obras nos acervos de vários museus: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da USP, Museu de Arte de Brasília, Instituto Itaú Cultural, de São Paulo, Biblioteca Luis Ángel Arango, de Bogotá, MoMA, de Nova York, Museum of Fine Arts, de Houston, entre outros, e em coleções particulares referenciais. Realizou obras públicas na cidade de Laguna, em Santa Catarina, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Paris, na França.

A artista cursou artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, nos anos 1960, e tornou-se mestre (1981) e doutora (1987) pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), onde lecionou nos cursos de graduação e pós-graduação em artes visuais, de 1972 a 2018.

Sobre o curador

Paulo Miyada é curador e pesquisador de arte contemporânea. Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP, tem mestrado em História da Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição. Foi assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010, e fez parte da equipe de curadores do Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural, entre 2011 e 2013. Em 2021, passou a atuar como curador adjunto do Centre Pompidou, em Paris, uma das mais renomadas instituições de arte da Europa. Miyada também foi curador adjunto da 34ª Bienal de São Paulo e do 34º Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP. Atualmente, é diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake.

Sobre as obras:

RIO MADEIRA 1990/2024

Foi exposta pela primeira vez, em 1990, no Sesc Pompeia, na exposição Gente de fibra. É composta de sarrafos de madeira dispostos diretamente no chão. Muitos são pintados de verde; outros tantos, de vermelho.

ESTANDARTE VERMELHO 1999

Em sua primeira exibição, em 1999, ESTANDARTE VERMELHO homenageava o diretor e ator Zé Celso Martinez Corrêa. Como um grande abraço, ele evocava a ideia de uma figura teatral, um duplo do Zé Celso.

O FOTÓGRAFO – 2001
É um desenho-luz no espaço, que esboça a figura reclinada de um homem aos pedaços – braços, pernas, pés, tronco e cabeça agigantados e distendidos.

UMA CASA 2007

Compõe-se de 22 tripés que sustentam 22 lâmpadas tubulares rosa. Os tripés são ajustados de modo que cada lâmpada tenha uma certa inclinação e uma altura determinada, formando um desenho no ar: o esquema básico de uma “casa”. As linhas luminosas demarcam os contornos das paredes, do piso e do telhado.

LUZ DEL FUEGO  2018 / 2024 vídeo 16’52”

O vídeo LUZ DEL FUEGO foi feito a partir de fotos de jornal, recolhidas entre fevereiro de 2012 e novembro de 2016. As fotos registram conflitos no Egito, Iraque, Tunísia, Líbia, Síria, Turquia, Palestina, Ucrânia, Israel, México, Líbano, Paquistão, Bangladesh… Confrontos de rua em Atenas, Roma, Barcelona, Madri, Caracas, Washington, Baltimore, Santiago, Frankfurt.

FIGURANTES 2016

Alude a um cortejo de dúbias figuras. Pertencem à tipologia listada por Marx, em O 18 de brumário de Luís Bonaparte (1852), juntando biscateiros, arrivistas, herdeiros arruinados, vagabundos e desocupados de toda ordem.

BANDO  2016 / 2024

Na primeira versão deste trabalho, havia um conjunto de 78 desenhos de animais, feitos com tinta verde e grafite sobre papel. Situados em meio a campos acinzentados de rabiscos de grafite, cada um deles era sugerido por uma silhueta, um vulto sem detalhes.

ROUGE 2018

Um carrinho de pipoca circula pela cidade, empurrado pelo vendedor ambulante. Ele foi o suporte escolhido para receber uma pintura especial em toda a sua superfície. O corpo metálico, as pequenas portas, a capota, a caixa de vidro, a manopla e as rodas foram inteiramente recobertas com a massa colorida usada para a fabricação de batom.

RODA GIGANTE  2019 / 2024

É uma instalação composta por um conjunto de cerca de 320 objetos dispostos no chão. Cada um dos objetos é amarrado com cordas nas traves do telhado do galpão. Assim, o todo do ambiente aparece permeado pelas cordas entrecruzadas em várias direções, criando, visualmente, uma espécie de trama irregular de muitas cores e espessuras variadas.

A NEGRA VERMELHA 1997 / 2024

Um objeto‑montagem em ferro e tule de náilon preto, armado sobre rodas que possibilitavam seu deslocamento no asfalto, ao longo da avenida; um objeto‑imagem que se misturava ao movimento da rua e contracenava com a cidade mutante dos transeuntes.

BANDEIRA PIVÔ 2024

Pode ser vista como o portal desta exposição. Foi montada a partir de muitos tecidos coloridos, pendurados e sobrepostos, uns sobre os outros, numa trave metálica que se acopla a uma das colunas do galpão, logo na entrada. Um mecanismo de eixos, encaixes e rolamentos permite o seu movimento pivotante. Como um varal improvisado, faz as vezes de um estandarte, de uma bandeira ou, talvez, de uma cortina de circo!

ESCADAS VERMELHAS 2012 / 2024

Autoportantes, fáceis de carregar e armar, escadas são máquinas simples. Decompõem o esforço do corpo para atingir alturas desejadas pelo olhar. Hoje, as escadas viraram, para nós, utensílios correntes e banais.

GATO 2024

A ideia de criar esse trabalho veio de um desenho da Lina, em que as passarelas que ligam as torres dos blocos esportivos do Sesc Pompeia aparecem representadas à mão livre. No desenho, a arquiteta pintou com caneta colorida uma das passarelas em amarelo, outra em vermelho, outra em azul e a outra em verde – anotando ao lado as palavras que designam essas cores em italiano: giallo, rosso, blu verde.

“Quase Circo – Carmela Gross”

Abertura dia 26 de março, às 19h
Visitação: de 27 de março a 25 de agosto
Terça a sábado, das 10h às 21h
Domingos e feriados, das 10h às 18h. Grátis. Livre
Local: Área de ConvivênciaA exposição oferece recursos de acessibilidade como fones de ouvido, três obras táteis e conteúdo disponível no aplicativo musea (plataforma para exposições com áudios, textos e vídeos).
Sesc Pompeia – Rua Clélia, 93.
Não temos estacionamento.
Agendamento de escolares para visitas mediadas através do e-mail: agendamento.pompeia@sescsp.org.br
Para informações sobre outras programações, acesse o portal: sescsp.org.br/pompeia

Acompanhe! instagram.com/sescpompeia

 

 

 

 

Fonte: J.Jacques / Assessoria de Imprensa
Fotos: Divulgação / Everton Ballardin
Edição: Redação Na Mídia

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