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Coronavírus prejudica rotina e finanças do Vaticano

Vaticano fecha as portas dos seus museus e altera a sua rotina para tentar combater a epidemia do Covid-19.

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Epidemia de coronavírus na Itália isola o papa Francisco, altera a rotina do Vaticano e prejudica as finanças da Igreja-foto divulgação-namidia-
Epidemia de coronavírus na Itália isola o papa Francisco, altera a rotina do Vaticano e prejudica as finanças da Igreja

Epidemia de coronavírus prejudica rotina e finanças do Vaticano. Em 1870, quando o novo Reino da Itália foi formado das cinzas dos Estados Papais, que desmoronaram sob a força da revolução promovida pelo rei Vítor Emanuel II, os papas passaram a se considerar “prisioneiros no Vaticano”, e durante as próximas décadas que se seguiram à unificação italiana, nenhum pontífice havia aparecido em público, nem mesmo das janelas que davam para a Praça de São Pedro. 

Por quase 60 anos, todos os papas eleitos tinham permanecido reclusos e escudados pelas paredes da Basílica e dos palácios vaticanos. Essa foi a última vez que um papa se encontrou em cárcere dentro dos muros medievais da sua Cidade Estado. A mais recente, agora em situação completamente diferente mas igualmente adversa, aconteceu no último domingo, 08 de março.

“É estranha esta oração do Angelus, com um papa enjaulado na biblioteca”, lamentou o papa Francisco durante a sua tradicional alocução de domingo aos turistas e fiéis, que normalmente se aglomeram aos milhares na praça barroca, desenhada por Bernini no século XVII, para uma chance de verem o pontífice em carne e osso.

A decisão de transmitir o Angelus via internet, da Biblioteca do Palácio Apostólico, foi uma das medidas tomadas pela Santa Sé, em concordância com as diretrizes sanitárias e autoridades de saúde da Itália, para tentar conter o avanço do novo coronavírus no país, além de proteger a saúde do papa de 83 anos.

Na Itália – o segundo país mais afetado pela epidemia de Covid-19, ficando atrás apenas da China, berço da doença – estima-se que quase 9 mil pessoas já estão contaminadas, e o número de mortos chegou a 463. O Vaticano, um Estado soberano dentro de Roma, teve seu primeiro caso de infecção por coronavírus confirmado na sexta-feira, 06 de março, e alterou drasticamente a sua rotina, ativando rígidos os protocolos sanitários previstos para esse tipo de emergência.

As audiências e aparições públicas do papa Francisco – que normalmente acontecem aos domingos e quartas-feiras – foram canceladas e substituídas por transmissões online, na tentativa de diminuir ao máximo a aglomeração de fiéis. Os acessos à Casa Santa Marta e ao ex-mosteiro Mater Ecclesiae, onde residem, respectivamente, o papa Francisco e Bento XVI, de 92 anos, foram restringidos apenas ao essencial.

Os Museus Vaticanos – que incluem a famosa Capela Sistina -, a Basílica e a Praça de São Pedro ficarão fechados aos turistas e visitas guiadas até 3 de abril.

As medidas adotadas pelo Vaticano para tentar conter a epidemia fazem parte de uma série de diretrizes estabelecidas pelo governo italiano, que essa semana restringiu drasticamente a circulação de todos os 60 milhões de habitantes, transformando a Itália em um país isolado. Escolas, universidades, cinemas e museus foram fechados de norte a sul,  paralisando todas as regiões e causando o risco de desmoronamento da economia italiana, que tem no turismo uma das suas principais fontes de renda.

Epidemia de coronavírus prejudica rotina e finanças do Vaticano

Além de afetar a rotina interna do Vaticano e manter o seu Chefe de Estado isolado, a escalada do Covid-19 na Itália ameaça causar sérios prejuízos aos cofres da Igreja Católica, que depende das doações dos fiéis que frequentam as missas e do sempre constante e vultoso fluxo de turistas que visitam o complexo de museus e patrimônios da humanidade que há na Santa Sé.

Desde fevereiro, as missas já haviam sido suspensas na Região da Lombardia, no norte rico da Itália, mais afetado pela epidemia, para conter a difusão do vírus.

A mesma restrição se aplica agora em todo país e o exemplo deve ser seguido pelas demais nações acometidas pelo coronavírus, na intenção de evitar a aglomeração de pessoas em lugares fechados. A medida – e o medo causado pela doença – irá diminuir drasticamente a presença de fiéis em missas e celebrações religiosas, prejudicando o chamado “Óbolo de São Pedro”, o sistema de arrecadação de donativos da Igreja Católica. 

E se o Vaticano costuma receber cerca de 8 milhões de turistas por ano, – somente nos dias em que o papa aparece em público pelo menos 40 mil pessoas se acotovelam na Praça São Pedro – em 2020 este número deve cair drasticamente, com seus museus, jardins, palácios e basílica fechados para o público.

Um livro lançado em 2019 pelo vaticanista Gianluigi Nuzzi, batizado de “Juízo Universal”, apontou que desde o ano passado a Santa Sé já corria o risco de entrar em “default”, ou seja, de não conseguir mais arcar com suas obrigações financeiras. A crise do Covid-19 deve aumentar ainda mais o rombo nas já indomáveis finanças do Vaticano.

A Itália prometeu injetar € 3,6 bilhões (R$ 17,8 bilhões) na sua economia para tentar mitigar os impactos causados pelo maior surto de coronavírus na Europa.

Leia mais em: https://namidia.com.br/reducao-de-receitas-com-surto-de-coronavirus/

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