7 primeiros anos de vida do bebê e seu quarto. Projeto de Quarto de Bebê que considera a evolução da criança.
A criança, em seus sete primeiros anos de vida, precisa receber estímulos que promovam o desenvolvimento cognitivo e o amplo aprendizado das novidades que a vida lhe traz.
Segundo o psicólogo suíço Jean Piaget, a criança passa por estágios de aprendizado, que constituem as etapas do processamento cognitivo.
Em síntese, são:
• 0 a 2 anos: Fase sensorimotora, na qual a criança apreende o mundo por meio de ações e de sensações.
• 2 a 7 anos: Fase pré-operatória, na qual a criança entende o mundo por meio da linguagem e das imagens mentais.
• 7 a 11 anos: Fase operacional-concreta: nessa fase, ela compreende o mundo por meio de pensamento lógico e por formação de categorias.
• 11 anos ou mais: Fase do pensamento formal, na qual compreende o mundo por meio do raciocínio lógico e científico.
Já para Maria Montessori, a criança de zero a seis anos passa por períodos sensíveis, nos quais ela adquire a linguagem (monolíngue ou polilígue).
Além de habilidades motoras grossas, em princípio e habilidades motoras finas na sequência (manipular lápis, atividades de encaixe, de pinça etc).
De 3 a 6 anos, começa ter a noção de ambiente, formulando esquemas mentais e lógicos. Aprende a ter noção de ordenação e de organização.
É o melhor momento para estimular a criança ao raciocínio lógico-matemático (sem números, é claro), mas com oferta de recursos exploratórios que fiquem ao seu alcance.
O cérebro evolui melhor pelos estímulos. Trabalhar com estímulos sensoriais ajuda o cérebro a tomar decisões e também facilitará a tarefa de colocar ordem no mundo.
Desde cedo, a criança revela seu potencial de talento inato, mas uma criança nunca é igual a outra, pois cada indivíduo tem ritmo de aprendizagem próprio.
Com base nisso, podemos ter uma noção de como organizar o primeiro espaço da criança, o seu quarto.
É nesse espaço que se darão as primeiras e decisivas etapas de desenvolvimento das inteligências da criança com estímulos e com liberdade.
Cores
Portanto, o quarto deve oferecer elementos sensoriais importantes: cores, brilhos, movimentos, sons, cheiros, música, diálogos, materiais ao alcance da criança.
Para preparamos e decorarmos o quarto do bebê/criança, devemos ter em mente que se trata de um espaço da e para a criança!
Portanto, a decoração não deve ser um mero cartão de visitas destinado aos adultos.
Layout
Para tal, o layout contará com algumas características especiais:
Flexibilidade de mudança
A criança cresce e se desenvolve muito rápido. Em seis anos de vida, muitas são as transformações e os aprendizados.
O quarto deve ter flexibilidade para acompanhar essa mudança.
Por isso, o layout contará com móveis que prevejam o uso pelo futuro jovem a adulto que está em formação, como o guarda-roupa, por exemplo.
Trata-se do maior móvel que haverá no quarto, bem como é o mais caro também.
Contudo, isso não impede que parte da sua distribuição interna seja pensada para a criança pequena: com cabideiros e prateleiras a seu alcance.
Moveis menores, como poltronas, berço, mini-cadeiras, pufes, caixas de brinquedos sejam facilmente substituídos à medida que a criança cresce e desenvolve novos interesses e novas habilidades.
Centros de interesse
A decoração inicial tem um tema, mas este pode ser facilmente alterado conforme a mudança dos interesses das crianças.
O primeiro tema é sempre uma escolha dos pais, por motivos óbvios.
Mas, com o evoluir da criança e seu contato com o mundo exterior, o tema pode ser alterado a pedido dela.
Por isso, a decoração temática, numa proposta de sustentabilidade, deve ser facilmente alterada, com o menor impacto e menor custo possíveis.
Acessibilidade
A criança, devido à sua baixa estatura, precisar ter acesso fácil aos objetos que lhe pertence:
- brinquedos, jogos, roupas, calçados. Isso é possível com estantes, caixas ou nichos inicialmente dispostos no chão.
Seletividade
Cabe aos pais oferecerem um número limitado de estímulos, trocando-os o alternando-os de tempos em tempos.
Para não oferecer à criança todos os brinquedos de uma só vez, alguns deles podem e devem estar guardados em locais fora do campo de visão da criança, como o maleiro do armário, por exemplo.
Espacialidade
Sendo o primeiro espaço da criança, o quarto é a primeira referência que a criança tem de piso, teto, paredes, porta e janela.
Esses elementos delimitadores devem permitir à criança uma noção de espaço que, embora reservado, tem conexão com o resto da casa e com o mundo. Paredes são suporte para novas informações, novas experiências.
O teto não precisa ser branco e sem graça, mas pode reproduzir a lona de um circo ou os luminosos raios do sol.
O piso não precisa ser frio, mas sim atuar quase que uma continuidade da cama.
A porta não é obstáculo, mas passagem. A janela, fonte de luz natural e de brisa, pode ter elementos lúdicos dinâmicos, como móbiles ou cortina de fitas.
Serviço
7 primeiros anos de vida do bebê e seu quarto
Projeto: Camilla Passos @millamilladesign e Lúcia Vale @lucia.vale.designer
Mostra Morar Mais por Menos
Av. Pedroso de Morais, 2188, Alto de Pinheiros
Horário: de terça a domingo, das 12h às 20h
Período: até 17 de novembro de 2019
Ingressos: R$ 50,00 de terça a quinta; R$60,00, sexta, sábado, domingo e feriados; meia entrada para estudantes e idosos.
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