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7 Milhões de toneladas de lixo continuam sem coleta

Política Nacional de Resíduos Sólidos completa nove anos e gestão do lixo no Brasil não avança

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Política Nacional de Resíduos Sólidos completa nove anos e gestão do lixo no Brasil não avança

Raio-X da ABRELPE mostra que a geração de lixo aumentou quase 28%; cerca de 7 milhões de toneladas continuam sem cobertura de coleta, o percentual de reciclagem saltou de 2% para 3% na média nacional e os lixões ainda estão presentes em todas as regiões do país

Vigente desde 2 de agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) completa nove anos sem ter trazido grandes avanços para o país.

De lá pra cá, a produção de lixo passou de 61,9 milhões de ton/ano para 78,4 milhões de ton/ano, um aumento de 28%.

A cobertura de coleta dos resíduos gerados se manteve estagnada na casa dos 90%, e cerca de 7 milhões de ton/ano continuam fora do sistema de coleta regular e acabam abandonadas nos meio ambiente.

Do volume coletado (pouco mais de 71 milhões de toneladas/ano), cerca de 60% dos resíduos gerados nas residências (secos e úmidos) seguem misturados e são dispostos em aterros sanitários, que desde 2014 só deveriam receber rejeitos, aquele resíduo sem nenhum potencial de aproveitamento.

O panorama é ainda pior, já que mais de 36 milhões de ton/ano de lixo seguem diretamente para aterros controlados ou lixões, unidades inadequadas que poluem o meio ambiente e impactam diretamente na saúde da população.

“Foram quase 20 anos de discussão no Congresso Nacional para conseguir aprovar a PNRS, que há nove anos segue sem conseguir viabilizar os avanços planejados.

É como se ela não existisse, já que ninguém parece querer assumir sua real responsabilidade no assunto, isso inclui cidadãos, gestores públicos e empresas que estão obrigadas a fazer logística reversa”, observa Carlos Silva Filho, diretor presidente da ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

As iniciativas de coleta seletiva ainda são bastante incipientes, e a falta de separação dos resíduos reflete na sobrecarga do sistema de destinação final e na extração de recursos naturais, muitos já próximos do esgotamento.

A consequência direta disso são os índices de reciclagem que se mostram estagnados nesses nove anos da Lei Federal, saltando de 2% para 3%, na média nacional.

“Se todo o volume de materiais desperdiçados tivesse uma gestão adequada, com prioridade para o reaproveitamento e reciclagem dos materiais descartados como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os recursos naturais da Terra teriam tempo de vida útil maior, contribuindo para o não esgotamento dos ecossistemas, que hoje são consumidos à exaustão e de maneira muito acelerada”, avalia o diretor presidente da ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

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